Diante de uma mesa em um salão de convenções e Hotel Hurdal, em Oslo, na Noruega, enviados do governo colombiano e das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia deram início hoje às negociações para pôr fim a quase meio século de conflito armado.

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O chefe da delegação de governo colombiano, Humberto de la Calle declarou que não haverá cessar-fogo a não ser ao final da negociação. Segundo o negociador do governo colombiano, as Farc até agora cumpriram rigorosamente com seus compromissos.

O chefe guerrilheiro Iván Márquez, que encabeça a equipe de negociação pelo lado das Farc, pediu que o governo colombiano avalie a possibilidade de fazer com que o líder Simón Trinidad, preso nos Estados Unidos, esteja na mesa. Márquez diz que chega com “um ramo de oliveira” na mesa, mas criticou políticas de restituição de terras pelo governo colombiano.

O negociador das Farc, Iván Márquez, declarou que sem justiça social, a paz seria “semear quimeras” para o futuro da Colômbia.

– Uma paz que não aborde a solução dos problemas políticos e sociais (…) equivaleria a semear quimeras no solo da Colômbia – declarou Márquez depois do anúncio formal do início da quarta tentativa em 30 anos de acabar o conflito que já deixou milhares de mortos.

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O tema agrário será o primeiro discutido nessas negociações, afirmou o representante de Cuba, lendo uma declaração conjunta. O tema começará a ser tratado em 15 de novembro, em Cuba, segundo o comunicado.

De la Calle, porém, afirmou que não estão em discussão temas como o modelo econômico colombiano, a doutrina militar ou os investimentos estrangeiros.

– As Farc terão de difundir suas ideias uma vez que o conflito acabe, terão de fazê-lo sem armas. As Farc, uma vez que deponham as armas, uma vez que se firme o acordo final que termina o conflito, fará política como organização, mas esta não é a matéria em discussão nesta mesa – disse De la Calle.

– As Farc terão de dar a cara às vítimas – acrescentou.

De la Calle também se referiu à presença da guerrilheira holandesa Tanja Nijmeijer no processo de paz e reconheceu que a sua presença em Oslo “gerou uma complexidade adicional na tramitação de suspensão de ordens de captura e de logística. Tudo isso irá se solucionar para que ela esteja no dia 15 de novembro, em Havana, disse o representante do governo, referindo-se à próxima etapa da mesa de negociação marcada para ocorrer em Cuba.

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O jornal colombiano El Tiempo, transmite as negociações ao vivo.