Os juristas do governo colombiano e das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) vão-se reunir em 17 de outubro para tentar acertar as diferenças de interpretação sobre o acordo de justiça, aprovado em 23 de setembro passado – informa o comunicado conjunto divulgado nesta sexta.

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“Acertou-se um cronograma de trabalho do grupo de juristas, que começará com uma reunião no próximo sábado, 17 de outubro”, relatou a nota, publicada na página <pazfarc-ep.org>, resultado de uma reunião hoje entre as partes em Havana.

O encontro aconteceu “na presença de Cuba e Noruega, países fiadores, com o objetivo de buscar uma solução para as diferenças recentes sobre a interpretação de alguns aspectos da Jurisdição Especial de Paz e seus desenvolvimentos”.

Na quinta-feira, ambas as delegações concluíram seu 42º ciclo de diálogo com queixas e ataques recíprocos diante da imprensa, imagem que contrasta com o comunicado divulgado posteriormente: “A reunião se desenvolveu em um ambiente respeitoso e construtivo”.

O acordo firmado em Havana pelo presidente Juan Manuel Santos e pelo chefe máximo das Farc, Timoleón Jiménez, o “Timochenko”, tem 75 pontos, mas em 23 de setembro apenas dez foram tornados públicos.

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Enquanto a guerrilha diz se tratar de um acordo “fechado” e “imodificável”, o governo alega que é um documento “e construção”, e não acabado.

O acordo contempla a criação de um tribunal especial, com julgamentos e penas de prisão para responsáveis por crimes contra a humanidade, tomada de reféns, execuções extrajudiciais e violência sexual, prevendo a anistia para crimes políticos.

Os advogados do governo são os colombianos José Manuel Cepeda e Juan Carlos Henao, e o americano Doug Cassel. A equipe das Farc é composta pelos colombianos Álvaro Leyva e Diego Martínez, além do espanhol Enrique Santiago.

O trabalho dos juristas será realizado durante o recesso entre o ciclo 42, recém-concluído, e o 43, que começa em 27 de outubro.

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* AFP