A guerrilha das Farc advertiu neste sábado que não será viável assinar a paz na Colômbia dentro do prazo fixado de seis meses se o governo fizer retroceder o avanço no histórico pacto sobre justiça.

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Firmar a paz antes de seis meses “não será viável se o governo começar a questionar os acordos já firmados e nos fizer retroceder no que já foi avançado”, disse à imprensa o comandante Carlos Antonio Lozada, o representante das Farc nas negociações de paz de Havana.

As duas partes, que desde 2012 estão negociando em Havana os termos para acabar com o conflito armado interno de meio século, têm diferenças sobre os alcances do acordo sobre justiça assinado em 23 de setembro na presença do presidente Juan Manuel Santos e o máximo líder rebelde, Timoleón Jiménez, “Timochenko”.

O governo e a guerrilha se comprometeram neste dia em Havana, na presença do presidente cubano, Raúl Castro, a alcançar a paz antes do dia 23 de março de 2016. As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) devem iniciar seu desarme 60 dias depois.

A delegação de paz do governo não fez declarações à imprensa neste sábado, mas na sexta-feira o chefe, Humberto de la Calle, declarou que o texto do acordo assinado tem certa “ambiguidade” e requer ser “preciso”.

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De la Calle fez estas afirmações depois de que seu contraparte, Iván Márquez, disse que a guerrilha seguirá negociando “sem alterar o que acordou” em 23 de setembro, quando ambas partes fixaram as bases para julgar os crimes cometidos ao longo do conflito armado.

O conflito armado colombiano deixou 220.000 mortos e seis milhões de deslocados, segundo números oficiais, e este é a terceira tentativa de um governo colombiano e das Farc para acabar com o conflito.

Esta rodada dos diálogos de paz (o 42º desde novembro de 2012) começou na sexta-feira e terminará em 8 de outubro.

* AFP