Foi o 18º Campeonato Catarinense vencido pelo Figueirense, mas o título deste ano teve um sabor especial. Depois de ver a taça em outras mãos nos últimos três anos, o Alvinegro acabou com as chances de tricampeonato consecutivo da Chapecoense e mostrou porque é o maior campeão do Estado. Nesta segunda-feira, 9, os portões do estádio Orlando Scarpelli foram abertos para exibição da taça e um bate-papo sobre a conquista tão aguardada.
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Como não poderia deixar de ser, o presidente do clube, Claudio Vernalha, era um dos mais orgulhosos pela conquista do estadual. Pela primeiro à frente do clube desde o início da temporada, o mandatário enalteceu a montagem do grupo e o trabalho da comissão técnica.
— É fantástico o empenho dessa meninada, da comissão técnica e de todo o trabalho que vem sendo desenvolvido. (A conquista) motiva e aumenta ainda mais a autoestima e a confiança de todos, comprova que é factível ter um time competitivo com uma folha mais baixa que o do ano passado. Estamos no caminho certo, vamos manter o que estamos fazendo porque podemos conseguir o acesso (à Série A) e eventualmente até o título.
Entre os jogadores, a curiosidade ficou por conta do goleiro Denis, que analisou o gol de Gustavo Ferrareis. Depois de relatar que a bola da final era um pouco mais leve que a do restante do campeonato, disse que ao ver que Jandrei (goleiro da Chapecoense) dar um passo para o lado direito, sabia que ele não voltaria a tempo de fazer a defesa. Ao lado das filhas Maria Rosa e Mirela, tratou de comemorar o título conquistado fora de casa, diante de um clube que disputará a Série A do Campeonato Brasileiro.
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— Independentemente de onde jogamos, é muito bom ser campeão. Sabíamos da dificuldade de jogar fora de casa, de enfrentar um elenco considerado melhor e que tinha um certo favoritismo. Conseguimos jogar de igual para igual e fomos coroados com dois gols e o título. Hoje vou comemorar com a família, é muito bom dar alegria para as minhas filhas. Agora o pai delas é campeão.
Quem também levou o filho para ver a taça de pertinho foi o meia João Paulo. Tão logo seu pai desembarcou em Florianópolis, ainda na noite de domingo, o pequeno Joaquim tratou de colocar no peito a medalha de campeão catarinense.
— A sensação (de ser campeão) é a melhor possível. Quando cheguei em casa, ele (Joaquim) veio me dar os parabéns e já foi pegando a medalha. Sei que os meninos da Chapecoense também queriam, torço para que em um momento futuro eles também possam conseguir. A alegria de chegar em casa e meu filho poder pegar a medalha e dizer “obrigado, papai” é emocionante.
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Grupo unido e focado
Um dos segredos do Figueirense na caminhada rumo ao título catarinense de 2018 foi a coesão do elenco de jogadores. De acordo com o técnico Milton Cruz, a confiança da diretoria no trabalho da comissão técnica foi fundamental para a montagem de um grupo campeão.
— Montamos um grupo, não um time. Quem estiver bem vai jogar. Esse rodízio deixa todo mundo de antena ligada, com seriedade, respeitando os treinamentos e as substituições. Essa união é muito importante.
Este foi o primeiro título de Milton Cruz como treinador de futebol. Experiente, o profissional integrou a comissão técnica do São Paulo por muitos anos e chegou a treinar a equipe em algumas oportunidades, mas sempre “na fogueira”. Ano passado iniciou sua caminhada como técnico à frente do Náutico, quando parou nas semifinais do Campeonato Pernambucano, e depois assumiu o Figueirense para ajudar a tirar o clube da zona de rebaixamento. Agora, entra na galeria de treinadores campeões pelo Alvinegro.
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— Quando tive o convite de vir pra cá, o projeto me deixou empolgado. Eu vim pra tirar o time da situação que estava, na penúltima colocação (da Série B). Conseguimos. No início deste ano, o Claudio (Vernalha) disse que a montagem do time seria minha e isso é muito importante. É uma coisa que eu fiz muito no São Paulo e que estamos fazendo aqui novamente.
Resgate da hegemonia
Todo este trabalho dos profissionais do Figueirense, da direção à comissão técnica, reflete dentro das quatro linhas. Para o atacante Guilherme Lazaroni, a equipe aprendeu a superar as adversidades e conseguiu trazer o troféu de volta para o Estreito depois de três anos.
— Estamos muito felizes, fizemos um campeonato por merecer e trouxemos o título para casa. Tivemos jogos muito difíceis, alguns em campos ruins, viagens longas, não foi fácil. Na final, tivemos um grande adversário, fora de casa diante de uma grande torcida, mas conseguimos suportar isso muito bem e conseguimos o título.
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É claro que a felicidade dos jogadores e profissionais do Figueirense tem uma razão de ser: o torcedor alvinegro. Poucos torcedores estiveram no encontro com a imprensa no Orlando Scarpelli — a festa aconteceu na noite de domingo —, mas fizeram questão de agradecer a conquista e dar todo o apoio na caminhada rumo à Série A, que se inicia nesta sexta-feira diante do Juventude.
— Resgate é a palavra que define esse título. O Milton fazendo um grande trabalho com o grupo, todo mundo junto, e as arquibancadas voltando. Ninguém segura né? Agora vamos para o título da Série B — disse o torcedor Anderson Alexandre.