Nos últimos 41 anos, a Argentina foi assolada de forma persistente pelo fantasma da inflação, contra o qual tentaram lutar, com escassos resultados, os 20 presidentes que passaram pela Casa Rosada. Em 1989, a Argentina teve sua primeira hiperinflação, que chegou a 4.923,6%. A espiral inflacionária levou o então presidente Raul Alfonsín à renúncia seis meses antes do fim do mandato.

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Seu sucessor, Carlos Menem (1989-99), tentou de forma errática diversas fórmulas econômicas. O resultado foi um segundo período hiperinflacionário, que chegou a 1.343,9% em 1990. Nos anos 90, a conversibilidade econômica – que estabelecia a paridade entre dólar e peso – foi respaldada com entusiasmo pelos argentinos que, depois de décadas, viam finalmente um período de inflação zero.

A conversibilidade naufragou em dezembro de 2001. A inflação só não voltou a galopar de forma imediata porque a economia estava estancada e o poder de compra era quase nulo. A economia argentina recuperou-se a partir de 2003 e a inflação reapareceu. Economistas, associações de defesa dos consumidores, empresários e sindicatos afirmam que o casal Kirchner, sem sucesso para deter a inflação, camufla os índices do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). As informações são do jornal O Estado de São Paulo.