Quais são as fantasias de Carnaval mais populares? Algumas das mais comuns são vistas todo ano nas ruas e bloquinhos: policial, enfermeira, anjo, diabinho, bombeiro… Mas outras mudam de ano a ano de acordo com o que está bombando nos cinemas, no streaming e mesmo nos videogames: são as fantasias inspiradas em personagens da cultura pop.
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Luciane Alves, gerente de uma das lojas de fantasias mais conhecidas de Floripa, diz que muita gente vai às compras ainda sem saber qual fantasia deseja, e acaba decidindo na hora – mesmo assim, alguns personagens ficam em evidência. Mario e Luigi, a dupla de irmãos encanadores que protagoniza tantos jogos da Nintendo, é bastante popular entre casais que querem usar roupas combinando. A máscara e o macacão vermelho com capuz de La Casa de Papel têm feito sucesso entre grupos de amigos.
Na lista das fantasias mais procuradas, além de destacar as personagens femininas dos quadrinhos e do cinema, Luciane diz que a procura por acessórios e temas ligados ao universo LGTBQI+ cresceu neste Carnaval. Para justificar o aumento das vendas de roupas como a da Mulher-Maravilha, por exemplo, Luciana não hesita em responder: "É o empoderamento feminino. A mulherada está com tudo."
Conheça a seguir as origens e histórias dos personagens que inspiram cinco das fantasias mais populares:
Mulher-Maravilha
Provavelmente a mais icônica e conhecida super-heroína de todos os tempos, a Mulher-Maravilha é também uma veterana: sua primeira aventura foi publicada em dezembro de 1941 na revista norte-americana All Star Comics de número 8, nos Estados Unidos. A personagem foi criada pelo psicólogo e escritor William Moulton Marston, que usava o pseudônimo Charles Moulton; co-criada pela advogada Elizabeth Marston, esposa de Marston (Elizabeth, aliás, foi quem sugeriu que o novo herói que o marido estava bolando fosse uma mulher); e desenhada por Harry G. Peter. O casal Marston era bastante à frente de seu tempo: Elizabeth era uma mulher independente, com três diplomas universitários; e os dois viviam um relacionamento poligâmico.
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Sucesso imediato, a Mulher-Maravilha ganhou sua própria revista já em maio de 1942. Ela fez parte da Sociedade de Justiça da América, primeiro grupo de super-heróis a aparecer em uma história em quadrinhos; e é uma das fundadoras da Liga da Justiça da DC. Na DC, ela faz parte da "Santíssima Trindade" de heróis da empresa, ao lado de Superman e Batman. Na história, a Mulher-Maravilha é a Princesa Diana, filha da Rainha Hipólita, da civilização de amazonas da ilha paradisíaca Themysira, e é enviada ao "mundo dos homens" para propagar a paz. Seus artefatos mais icônicos são o Laço da Verdade e os Braceletes da Vitória. Um grande diferencial da Mulher-Maravilha em relação a outras heroínas que surgiram depois é que ela não foi originalmente criada para ser nem um spin-off de um super-herói masculino (como a Supergirl ou a Batgirl, por exemplo), e nem o interesse romântico de um super-herói (como a Mulher-Gavião ou a Miss Marvel).
A popularidade da personagem voltou com tudo a partir de 2017, quando ela ganhou seu próprio live-action, dirigido por Patty Jenkins (primeira mulher a comandar um filme de super-herói com uma protagonista feminina) e estrelado pela atriz Gal Gadot. O filme é o quarto do Universo Estendido DC, e é ambientado na época da Primeira Guerra Mundial. O longa foi um dos mais elogiados da DC, que vinha de uma onda de críticas a seus últimos lançamentos cinematográficos. A estreia da sequência, Mulher-Maravilha 1984, está programada para junho deste ano.
Mario e Luigi
Protagonista da franquia de jogos eletrônicos que leva seu nome, Mario é provavelmente o personagem mais conhecido do universo dos videogames – e popular mesmo entre quem não é jogador. Ele foi criado pelo desenvolvedor e designer japonês Shigeru Miyamoto e fez sua estreia como protagonista em 1985, tendo estrelado mais de 200 jogos desde então – antes disso, ele havia aparecido como coadjuvante em Donkey Kong, lançado em 1981.

Assim como a Disney fez com o Mickey, transformando seu personagem mais popular em uma espécie de "garoto-propaganda", a Nintendo adotou Mario como seu mascote oficial. Os jogos da franquia, somados, já venderam mais de 330 milhões de cópias em todo o mundo, fazendo de Mario a segunda série de videogames mais bem-sucedida da história (perdendo apenas para Pokémon, também da Nintendo).
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Retratado como um encanador italiano baixinho e bigodudo, Mario mora no Reino dos Cogumelos – e, na maioria dos jogos, tem a missão de resgatar a Princesa Peach do vilão Bowser. Já Luigi é um pouco diferente: irmão mais novo de Mario, ele surgiu idêntico ao personagem principal, mas depois teve sua aparência alterada, tornando-se mais alto e magro. Luigi é mais medroso que Mario, mas, em jogos que envolvem esportes, por exemplo, mostra-se habilidoso e mais equilibrado que o irmão. Apesar de normalmente ser controlado pelo segundo jogador, ele já foi protagonista em alguns dos jogos da Nintendo, como Mario is Missing! e Luigi's Mansion, em que precisava salvar Mario.
La Casa de Papel
O maior fenômeno em língua espanhola da Netflix foi comprado pelo serviço de streaming no final de 2017, depois que quinze episódios foram exibidos no canal espanhol Antena 3. Criada por Álex Pina, a série estreou na Netflix em dezembro de 2017, ganhando uma segunda temporada em abril de 2018, e uma terceira em julho de 2019 – a quarta parte do seriado já está confirmada para abril deste ano. A produção fez sucesso junto ao público e foi muito elogiada pela trama sofisticada, pelo estilo de direção e pelos dramas pessoais e interpessoais dos personagens.
A narrativa gira em torno de um assalto complexo e há muito preparado à Casa da Moeda da Espanha, em Madrid: o grupo de oito criminosos planeja, ao longo de onze dias de reclusão, imprimir 2,4 bilhões de euros, e depois escapar com o montante. Eles são liderados pelo Professor, que coordena a ação de um local externo, e usam codinomes ligados a cidades: Tóquio, Moscou, Berlim, Nairóbi, Rio, Denver, Helsinque e Oslo.
Com o sucesso de La Casa de Papel, a canção italiana Bella Ciao, que toca diversas vezes ao longo da série, se tornou um hit em todo o mundo em 2018 – e outra moda inesperada foi justamente a das máscaras usadas pelos protagonistas, inspiradas no rosto do pintor espanhol surrealista Salvador Dalí. Para completar o "visual La Casa de Papel", além da máscara, só falta o já icônico macacão vermelho usado pelos personagens.
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Arlequina
Arlequina se chama Harley Quinn no original em inglês, com a identidade derivando do nome "real" da personagem, que se chama Harleen Frances Quinzel. Normalmente retratada como uma das várias inimigas do Batman, ela foi criada por Paul Dini e Bruce Timm e apareceu pela primeira vez na série animada de televisão do super-herói, em 1992. Inicialmente, a personagem apareceria apenas em um episódio, intitulado Joke's Favor, mas a reação do público foi tão positiva que os criadores decidiram manter a vilã em diversos outros capítulos – e incluir Arlequina nos quadrinhos em 1993, e oficialmente no Universo DC em 1999, com a HQ Batman: Harley Quinn.
As origens da personagem foram contadas em Mad Love, HQ de 1994 que ganhou o Eisner, prêmio máximo do mundo dos quadrinhos: ela conheceu o Coringa, icônico vilão das histórias do Batman, quando trabalhava como psiquiatra no Asilo Arkhan, onde ele estava internado – os dois são frequentemente retratados como cúmplices e amantes. Arlequina também já estrelou a HQ Gotham City Sirens, ao lado de outras duas vilãs famosas do universo do Homem-Morcego: Mulher-Gato e Hera Venenosa. Ela também ganhou um reboot nos quadrinhos, em que se tornou uma anti-heroína, passando a atuar como justiceira em vez de criminosa.
Assim como no caso da Mulher-Maravilha, a popularidade atual da Arlequina foi impulsionada pelo cinema – no caso, pelo filme Esquadrão Suicida, de 2016, em que a personagem foi interpretada pela atriz Margot Robbie. Apesar de o filme como um todo ter sido massacrado pela crítica, a atuação de Robbie e o visual da personagem agradaram o público; tanto que agora, em 2020, Arlequina ganhou um longa em que atua como protagonista: é Aves de Rapina, em que ela aparece ao lado de outras super-heroínas da DC. A produção acaba de chegar aos cinemas.
Malévola
A primeira aparição de Malévola como a conhecemos foi na animação A Bela Adormecida, lançada pela Disney em 1959 – mas o conto original que inspirou o filme é muito mais antigo: a versão mais conhecida da história, assinada pelos célebres irmãos Grimm, data de 1812. Vista como uma bruxa pela maioria das pessoas, Malévola é, na verdade, uma fada má. Por não ter sido convidada para o batizado da Princesa Aurora, a vilã aparece de surpresa na festa e a amaldiçoa, dizendo que, antes do pôr-do-sol de seu aniversário de 16 anos, a menina vai espetar o dedo no fuso de uma roca e morrer. O feitiço é suavizado por uma fada bondosa presente no batizado, que determina que, em vez de morrer, Aurora vai apenas cair em um sono profundo; podendo ser despertada por um "beijo de amor verdadeiro."
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Criada por Marc Davis na versão da Disney, Malévola foi desenhada como "um grande morcego" depois que o estúdio optou por não recorrer às versões mais clichês das "bruxas más": ela é bonita, elegante e sinistra, de pele esverdeada e voz sedutora. A personagem foi dublada, em inglês, por Eleanor Audley, que já havia dado voz à outra vilã da empresa: Lady Tremaine, a madrasta má de Cinderella (1950).
A atual e popular versão de Malévola é associada à atriz Angelina Jolie, que a interpretou nos live-actions Malévola (2014) e Malévola: Dona do Mal (2019). Na franquia, a personagem ganha uma versão que ganha a simpatia do público ao ter seu passado e suas origens narrados em detalhe: aqui, o público descobre por que ela é má; e a vê criar uma relação quase de mãe e filha com a Princesa Aurora (interpretada por Elle Fanning).
Carnaval no pé desde pequena
Olivia Penedo, de apenas 5 anos – nossa modelo nas fotos dessa matéria -, já tem experiência de sobra no Carnaval. Passista mirim desde os 3 meses de idade, incentivada pela mãe Cinthia Rosa, a pequena sabe dizer bem o que mais gosta na festa popular: "Eu gosto mesmo é de sambar", contou. Além de passista, Olivia é modelo e mini digital influencer.
Para dar vida às personagens mais populares do Carnaval de rua, Olivia vestiu os looks e até interpretou a "cara de vilã" da Malévola. Os looks foram produzidos com peças e acessórios que são encontrados facilmente pelas lojas de Florianópolis. Com itens que vão de R$ 18 a R$ 48, as fantasias vêm em versões para crianças e adultos.
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