Famoso pela charge diária do Santa, Cao Hering inicia mostra artística nesta quarta-feira em Blumenau

Chargista do Santa há mais de 30 anos, Cao Hering afirma que os anos de prática tornaram a profissão mais fácil. Hoje, o publicitário que rumou para os caminhos da arte e já foi premiado 25 vezes pela criação em propaganda não leva mais de 20 minutos para rabiscar o desenho do jornal do dia seguinte. Além disso, se descobriu artista plástico: 10 anos depois da última exposição da carreira, Cao arregaçou as mangas e decidiu levar reproduções assinadas de cartum ao Neumarkt Shopping, em Blumenau.

A exposição CaoArt será aberta ao público com um coquetel às 20h desta quarta-feira, e segue até 29 de dezembro ao lado do Cafehaus, no pavimento térreo, sempre das 10h às 22h. Quem marcar presença vai poder conferir um mix de aproximadamente 30 obras do artista. Todas as telas estarão à venda.

>>> Confira mais fotos das obras que compõem a exposição

– A minha ideia é o preço acessível. Hoje eu vou numa exposição e vejo que não existe cultura para vender obras caras. Eu acredito que daqui pra frente eu não vá mais demorar tanto para expor. Quero continuar nesse formato, usando esses recursos da canetinha, essas coisas que eu descobri – conta Cao.

>> No blog +Lazer: Cao Hering fala sobre obras que estarão na exposição <<

A exposição é uma iniciativa da Fundação Cultural de Blumenau. Ricardo Pimenta, diretor de cultura da Fundação, destaca que é preciso abrir espaço para os artistas que têm obras guardadas na gaveta:

– A Fundação tem uma missão de estimular o artista. O Cao não tinha a disposição para tirar esse projeto do papel, e então nós entramos em cena para tornar isso realidade. Fazemos todos os contatos, a captação de recursos não só do Cao, mas de qualquer artista que precisa de espaço – diz.

Artistas famosos reinterpretados

Uma das marcas registradas de Cao são as paródias de artistas famosos. A Guernica, de Picasso, virou Guernica Blumenauense. Já a Abapuru, de Tarsila do Amaral, foi rebatizada de Uapublu. O chargista comenta que outros artistas plásticos também já fizeram isso.

– Eu vi que talvez pudesse fazer uma exposição lúdica, de uma maneira mais alegre, não muito séria. É um pouco da charge que eu faço todos os dias transformada em cartum, em duplo sentido, em brincadeira. Estou muito curioso para saber como será a reação do público – explica.