O primeiro desfile da Havaianas começou com o pé direito. Que a marca é ligada à brasilidade dos trópicos, todo mundo sabe, e para a primeira linha de roupas cair na categoria banal de “souvenir pra gringo ver” seria muito fácil. Ou, pelo menos, achava-se que sim.

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Em uma estrutura gigantesca montada no Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, a Havaianas recebia os convidados em clima de celebração desde os primeiros passos da entrada do evento. Uma Kombi vintage, repleta de Havaianas, iluminada por luz negra – ou “magic bus”, se preferir – recebia o público na entrada.

Seguia-se, assim, por um corredor repleto das originais em suas mais diversas coleções e variações de tamanho, material, cor e apresentação. Como se fosse uma feira de rua, flores (muitas flores!), frutas tropicais e caixas de madeira decoravam o ambiente. Além dos tradicionais chinelos de borracha, uma das novidades apresentadas nesta parte inicial foi a amplitude de modelos de alpargatas e tênis para homens e mulheres – muitas, muitas cores tecidos e estampas. De encher os olhos!

Finalizado o primeiro tour, seguia-se para o segundo andar onde, além do backdrop gigantesco onde personalidades e imprensa tiravam fotos – Ricardo Mansur, Alexandra Farah, Glória Kalil e as bloggers Thássia Naves e Helô Gomes eram só algumas das pessoas que circulavam por lá.

O desfile, diferente do que se está acostumado a ver, ocorreu em uma passarela quadrada, possibilitando ver a roupa por diversos ângulos, enxergando-a em conjunto com outros modelos da passarela. Essa, aliás, é uma maneira interessante de se perceber a linearidade de uma coleção – quando três modelos caminham em um mesmo ambiente e cada peça se conversa.

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A megaestrutura do desfile permitiu que ele fosse dividido em diversas partes, que eram percebidas pelos convidados através do cenário (que mudava através das telas de LED, cuidadosamente posicionadas em 3 cantos da passarela) e trilha sonora. Brasilidade à flor da pele, é claro, e os modelos – negros, brancos, mulatos, uma aquarela linda de se ver, porque o Brasil é assim – desfilavam tecidos leves como linho, malha, algodão, sempre com um sorriso no rosto.

O desfile foi marcado pela presença de muita cor: verde, roxo, laranja, amarelo, azul. A estamparia veio forte também, mas fugindo da obviedade tropical – não pense em flores ou palmeiras. Havaianas desenvolveu sua própria estamparia inspirada nos elementos nacionais, criando um resultado comercial, harmônico e democrático.

Alegria, alegria! Para as moças, ótimas pantalonas maravilhosas em malha em diversas cores, que podem ser usadas na praia ou na cidade. Macacões, turbantes (para todas as mulheres!), vestidinhos levinhos, saias longas, regatas estampadas, túnicas e biquínis estampados. Calças de sarja coloridas, shortinhos estilo boxer e calças capri. No make, a aposta vai para as sombras coloridas e o cabelo como ele é (assume esse crespo, guria!).

Surpreendente a coleção masculina, com ótimas calças chino em diversas cores para eles. Os tênis também davam um toque bastante refinado aos looks (e, se depender do preço de venda, serão sucesso comercial). Camisas de linho também faziam parte do mix, além de camisetas com estampas divertidas e pólos, regatas e sungas.

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Ao final do desfile, o ator Domingos Montagner, junto a outro grupo de artistas, subiu à passarela para uma performance que contava a história das Havaianas. “Yes, nós temos bananas, mas também arte, moda e natureza.” Yes, Domingos, nós temos, sim!