Nápoles, na Itália, vive ameaçada por dois “monstros vulcânicos” sobre os quais foi construída. Abaixo da cidade, a placa tectônica africana está colidindo e descendo por baixo da Europa, criando uma mistura mais inflamável de magma e gás do que vulcões em lugares como a Islândia ou o Havaí, de acordo com uma reportagem recente da BBC.
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O Vesúvio, famoso por destruir Pompeia e Herculano em 79 d.C., é o vulcão mais conhecido. No entanto, existem outras ameaças subterrâneas na região. O Campi Flegrei (Campos Flégreos) está dando sinais de que pode entrar em erupção, com centenas de milhares de pessoas vivendo diretamente acima dele.
A última grande erupção vulcânica em Nápoles ocorreu há 80 anos, em março de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial. O Vesúvio entrou em erupção, liberando depósitos de magma e gás que se acumularam sob o vulcão, resultando na morte de mais de 20 pessoas.
Hoje, o Vesúvio é uma atração turística, com visitantes sendo transportados até o topo para vislumbrar a cratera gigante. O vulcão, no entanto, permanece ativo e um dia poderá explodir novamente devido à movimentação da placa africana.
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— Aqui temos erupções muito violentas — afirma o geólogo Giovanni Macedonio, do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV).
Para se preparar para essa ameaça, as autoridades de Nápoles organizaram a cidade em zonas. Aqueles que estão na “zona vermelha” precisam deixar o local se o nível de ameaça aumentar muito. Cada um destes bairros está associado a uma comunidade em outro local da Itália, que vai acolher os moradores que fogem da catástrofe.
Além do Vesúvio, os geólogos estão monitorando a Campi Flegrei. O vulcão está sob a maior parte da baía e da cidade, onde há uma enorme “caldeira”, um tipo de cratera vulcânica que entrou em colapso após uma violenta erupção há milhares de anos, com diâmetro de 12 a 15 quilômetros.
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Diferentemente do Vesúvio, não tem um cone visível e, por isso, passa despercebido no dia a dia, mas com tanta gente vivendo em cima dele, é considerado um dos mais perigosos da Europa. Uma erupção atribuída a ele há 39 mil anos, foi tão grande que parte do seu material acabou na Sibéria.
— As pessoas não têm consciência de que caminhamos diariamente sobre um vulcão, de que estamos dentro de um vulcão — afirma Vincenzo Morra, geólogo da Universidade de Nápoles Federico II, que vive e trabalha no vulcão, na zona vermelha de Nápoles.
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