O município de Rio dos Cedros, no Médio Vale do Itajaí, registrou deslizamentos de terra e bloqueios nas vias serranas devido a chuva que cai na região há cerca de 40 dias, de acordo com a Defesa Civil de Santa Catarina.

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O coordenador regional de Defesa Civil, subtenente Sandro Roberto de Carvalho, vistoriou as localidades atingidas e informou que o Estado enviará 30 mil litros de óleo diesel para que as máquinas possam trabalhar com agilidade na retirada da terra que cedeu e liberar as estradas. O coordenador da Defesa Civil do município, Dilson Dalpiaz, explicou que devido ao deslizamento na serra de Alto Cedros, 10 famílias da localidade de Rio Herta estão desalojadas:

– Nós temos abrigo disponível, mas essas pessoas preferiram ficar nas casas de parentes ou amigos.

Rio dos Cedros registros vários pontos com deslizamentos, sendo seis de grandes proporções. Segundo Dalpiaz, o acesso a Barragem do Pinhal, em Alto Cedros, está interditado. Quem precisar ir até o local deve se dirigir a Alto Palmeiras e fazer a travessia para Barragem do Pinhal, em Alto Cedros.

– Orientamos as pessoas para somente se dirigirem à Região dos Lagos em caso de extrema necessidade e não apenas para o turismo e lazer. Vamos aguardar a situação melhorar – recomenda o coordenador.

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Devido à atual situação das estradas municipais, que são de cascalho em sua maioria, o prefeito de Rio dos Cedros, Fernando Tomaselli, assinou um decreto que proíbe o tráfego de caminhões que pesem mais de sete toneladas nas localidades de Alto Cedros, Barra do Avencal, Mergulhão, Assentamento Rio do Norte, Pedra Branca, Pedra Preta, Alto Pedra Preta, Rio Putinga, Alto Palmeiras, Santa Teresinha, Barro Branco, Pico Simão, Rio Cunha, São Bernardo e Alto Rio Esperança.

Defesa Civil alerta para risco de deslizamentos mesmo com trégua da chuva

O volume das chuvas que atingem Santa Catarina diminuiu nas últimas semanas, mas permanece de maneira constante e mantém o solo encharcado. De acordo com a Defesa Civil do Estado, essa condição propicia a ocorrência de deslizamentos de terra.

Na prática isso significa que o solo não consegue mais absorver a água da chuva que se infiltra até chegar na rocha. Como o solo está mais pesado, surge uma infiltração entre a rocha e a massa de terra. Dessa forma a parte de terra perde a sustentação e escorrega.

– A volta da estabilidade no tempo não significa que os riscos foram eliminados. Temos que permanecer em alerta porque o risco só vai diminuir após um período prolongado de tempo firme – destaca o diretor de Prevenção da Defesa Civil de Santa Catarina, major Fabiano de Souza.

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Ele aponta três sinais básicos que podem indicar problemas: inclinação de árvores ou postes; rachaduras no solo ou em edificação e surgimento de pontos de drenagem nas encostas, que significam infiltração acentuada.

– O primeiro passo é sair de casa, chamar a Defesa Civil e manter-se longe da edificação. Só volte para o interior do imóvel quando os técnicos da Defesa Civil liberarem a unidade. O objetivo sempre é preservar a vida das pessoas. E se escorrer água escura isso significa alto risco de desmoronamento – alerta o major.

Maiores acumulados de chuva (em milímetros) nas últimas 96 horas em Santa Catarina (das 8h de 2/11 às 8h de 6/11):

Praia Grande: 164

Florianópolis: 110

Garuva: 141

Garopaba: 134

Santa Rosa de Lima: 131

Joinville: 131

Rio Fortuna: 114

São Francisco do Sul: 113

Pomerode: 112

Jaraguá do Sul: 110

Blumenau: 109

Araquari: 108

Corupá: 101