Famílias que ocupavam um prédio abandonado em Palhoça foram retiradas do local na manhã desta terça-feira (14). A ação cumpriu uma decisão judicial que autorizou a prefeitura a promover a desocupação do imóvel.
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A ocupação Carlos Marighella, como vinha sendo chamada, começou no dia 5 de maio deste ano. Segundo a coordenação do movimento, havia cerca de 100 famílias no espaço. A prefeitura informou que por volta de 90 pessoas deixaram os prédios ocupados.
As famílias ocuparam cinco blocos de um residencial que estava em construção, mas foi abandonado. O imóvel fica no bairro Guarda do Cubatão e pertence a uma construtora que está em processo de falência.
A prefeitura pediu à Justiça o direito de fazer a desocupação do local. O município argumentou no pedido que as unidades não tinham energia elétrica e nem água potável, e que havia risco de incêndio devido a ligações clandestinas feitas com fiações expostas.
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A Polícia Militar chegou ao local por volta das 6h para fazer a desocupação do imóvel. A prefeitura de Palhoça divulgou nota afirmando que a ação ocorreu “de forma pacífica” e que os ocupantes foram atendidos por equipes da assistência social do município. Elas foram cadastradas em programa de habitação do município e levadas de ônibus para um ginásio no bairro Caminho Novo.
Pela decisão judicial, a massa falida responsável pela construtora deverá adotar as medidas para preservar o imóvel e impedir novas ocupações.

Ocupação critica despejo
O membro da coordenação da ocupação, Filipe Bezerra, afirma que o grupo tentou reverter a ação de desocupação e também buscou se reunir com a prefeitura para discutir soluções, mas não obteve retorno.
Filipe afirma que entre as reivindicações do grupo estão a indenização das pessoas que foram lesadas pela construtora e a construção de moradia popular a preços acessíveis para a população.
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Ele aponta que o ginásio para onde as famílias foram levadas é pequeno para abrigar todos, não é adequado para moradia e também prejudica a comunidade local, já que o espaço era usado para prática de futsal e ginástica para a terceira idade.
— A ocupação vai permanecer no ginásio. Não tem perspectiva de desarticular, vamos continuar unidos para fazer as reivindicações — afirma.

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