Cerca de 90% das famílias catarinenses estão endividadas neste mês segundo uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e Federação do comércio de Santa Catarina (Fecomércio-SC) . O percentual é superior ao do mês de abril deste ano, que foi de 86%, e é maior do que o índice de maio de 2010, de 74%.
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A inadimplência também cresceu no Estado, subindo de 23% em abril para 30% em maio. Já em comparação com maio do ano passado, houve um aumento de 4% nas famílias endividadas.
A análise da Fecomércio explica que o aumento do endividamento explica, em grande parte, o crescimento das vendas nos últimos anos.
“A ascensão social em massa brasileira fez com que uma grande parcela da população que antes não era representativa para o consumo tornasse-se o principal alvo do varejo. Isso introduziu uma nova forma de consumo, aquele extremamente ancorado no endividamento de médio e longo prazo”, aponta a análise do estudo.
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De acordo com a interpretação da Fecomércio, o alto grau de endividamento não terá impacto tão negativo, pois se a atividade econômica continuar aquecida – com aumento da empregabilidade e valorização da renda – a grande maioria das famílias endividadas devem pagar suas contas.
Entretanto, o documento alerta que a atual pressão inflacionária, os últimos índices da empregabilidade e a nova escalada da taxa de juros começam a influenciar o aumento do número de famílias que tem contas em atraso (30%).
Camadas sociais
As famílias que registraram maior alta no nível de endividamento com relação a abril – passando de 83% para 91% – foram aquelas com renda inferior a 10 salários mínimos. Por outro lado, famílias com renda superior a esse valor tiveram redução de endividamento neste mês, de 96% para 89%.
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Com relação às contas em atraso, o resultado foi semelhante: o percentual aumentou de 25% para 34% em famílias que ganham menos de 10 salários mínimos; e diminuiu de 14% para 12% nas famílias com renda superior.
De acordo com a pesquisa, o cartão de crédito continua sendo o grande vilão das dívidas, mas o percentual de famílias que possuem este tipo de dívida foi reduzido, passando de 65,2% em 2010 para 46,8% das famílias em 2011.
O estudo apontou ainda que as famílias estão mais confiantes em relação ao seu futuro do que em 2010. Apenas 9% das famílias acreditam que não terão condições de pagar suas dívidas nesta ano, enquanto que em 2010 o percentual era de 20%.
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Segundo a avaliação da Fecomércio, “por mais que a situação já não seja tão favorável como a dos últimos meses, não há motivos para alarde imediato, já que a economia brasileira continua sendo uma das mais pujantes mundialmente”.