Notificadas pela prefeitura de Navegantes na sexta-feira, as cerca de 70 famílias que estão alojadas em um abrigo temporário na Escola Professora Rosa Maria Xavier de Araújo, no bairro Meia Praia, afirmam que não vão sair do local nesta segunda, fim do prazo de 72 horas dado pelo poder público.

Continua depois da publicidade

Retiradas no dia 14 de janeiro de uma ocupação irregular nos entornos do Aeroporto Ministro Victor Konder, as quase 300 pessoas aguardam ajuda do Executivo para que possam continuar na cidade. Segundo informações de um dos moradores da área desocupada, Valdemir Ferreira Lima, de sexta-feira até este domingo, pelo menos sete famílias já teriam deixado o local, mas as demais permanecessem ali, pois, segundo Lima, não têm para onde ir.

– Fomos notificados, mas agora eles vão precisar entrar com uma ação para nos tirar daqui e dai o juiz ou a juíza que vão decidir. Ninguém vai sair daqui amanhã (segunda-feira). Isso ainda deve demorar uns 10 ou 15 dias até que saia alguma coisa sobre essa ação – afirma Lima ao reforçar que as famílias esperam que a prefeitura financie aluguéis sociais ou disponibilize outro ginásio para que as pessoas que estão ali possam viver.

::: Famílias despejadas em Navegantes têm até segunda-feira para deixar abrigo

::: Destino de famílias retiradas de área de invasão em Navegantes é incerto

Continua depois da publicidade

::: “Foram três horas de muita tensão”, conta moradora despejada em Navegantes

Responsável pelo assunto, o prefeito Roberto Carlos de Souza (PSDB) não atendeu as ligações da reportagem na tarde deste domingo. Em entrevista na última sexta-feira, Souza explicou que as famílias precisam deixar o local por conta do início do ano letivo. Ainda conforme o prefeito, a prefeitura ofereceu tudo o que era possível para as pessoas desde a época da ocupação irregular e, caso as famílias não saiam na escola dentro do prazo estipulado, a prefeitura entrará na Justiça pedindo a reintegração de posse.

Relembre o caso

A área em que as famílias estavam era irregular e já havia sido indenizada pela União para a ampliação do aeroporto. O processo de desocupação foi movido pela própria prefeitura, e no dia 14 de janeiro envolveu o Batalhão da Polícia Militar de Navegantes e tropas da Cavalaria, Choque, Canil e Batalhão Aéreo, vindos de Florianópolis, em uma ação tensa que durou pelo menos três horas.