A prisão em flagrante de um professor de Cocal do Sul na noite de sexta-feira (26), após denúncias de que ele teria estuprado duas alunas, levou outras duas famílias com relatos semelhantes à delegacia. O homem foi preso depois que duas meninas, de 8 e 9 anos, afirmaram aos familiares que os abusos aconteceram durante o dia em uma escola municipal. A polícia ainda vai apurar os fatos.
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De acordo com a Polícia Militar, uma mãe relatou que, após chegar da escola, a filha contou que tinha sido estuprada pelo homem. Então, uma guarnição foi atrás do suspeito e o levou para a sede do plantão polícial em Criciúma, no Sul do Estado.
Depois, outra mãe chegou à delegacia contando uma história semelhante. Em seguida, mais duas famílias foram até o local. Em um dos casos, a criança relatou que os abusos teriam ocorrido no ano passado. O outro caso foi descartado.
Segundo o delegado Gabriel Marcondes, as vítimas de 8 e 9 anos serão ouvidas em outro momento, com auxílio de equipe especializada, para evitar constrangimento ou revitimização.
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Em um áudio compartilhado pelo suspeito em um aplicativo de mensagens e divulgado pela Polícia Civil, o homem se defendeu e disse que o caso era, na verdade, uma “brincadeira com pirulitos”.
— Eu vendei os olhos dela e disse: ‘tu vais ter que adivinhar o sabor’. Só isso. Fiz a brincadeira, mas ela foi morder e quase quebrou o dente — disse o docente.
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Imagens de câmeras de segurança da escola obtidas pela Polícia Civil mostram o professor entrando na biblioteca com as meninas. O delegado Márcio Campo Neves, que assumiu o caso, afirmou que ainda não é possível detalhar quantas pessoas estão no vídeo.
Na segunda-feira (29), a polícia deve analisar as imagens e ouvir novas testemunhas. Segundo Neves, a investigação irá apurar se há outras denúncias contra o professor. As crianças vítimas dos abusos serão encaminhadas para atendimento psicológico.
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O suspeito está preso e possui a audiência de custódia prevista para a tarde deste sábado (27). Antes de ser encaminhado ao presídio, ele passou por exame de corpo de delito. A Polícia Civil já apresentou à Justiça um pedido de prisão preventiva.
Ao colunista Denis Luciano, o secretário municipal de Educação, Luiz Carlos de Mello, afirmou que o professor estava contratado em caráter temporário pela prefeitura há cinco meses.
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Em nota, a prefeitura de Cocal do Sul afirmou que recebeu com “grande indignação” a informação e disse que a “Secretaria de Educação se solidariza com as alunas e familiares”.
A assessoria do Executivo municipal disse ainda que “está tomado todas as medidas cabíveis, prestando apoio psicológico e jurídico, com visitas às famílias, bem como colaborando com as autoridades, encaminhando imagens das câmeras de segurança do local, no intuito de dar mais celeridade e total elucidação do ocorrido”.
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Leia a nota da prefeitura de Cocal do Sul
“É com grande indignação que informamos estar cientes do ocorrido na Escola […]*, com um segundo professor e alunas […]*. O mesmo encontra-se detido pelas autoridades competentes. A Secretaria de Educação se solidariza com as alunas e familiares. A justiça será feita pelo Poder Judiciário e nós tomaremos as medidas cabíveis na via administrativa e colaboraremos com as autoridades de forma veemente”.
* A reportagem do Diário Catarinense optou por não divulgar o nome da escola e as turmas das vítimas para evitar identificação e revitimização das crianças.
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