Dois familiares de detentos foram presos suspeitos de facilitar a operação e a comunicação de uma facção criminosa nas cadeias de Santa Catarina. As prisões aconteceram durante operação realizada pela Divisão de Repressão ao Crime Organizado da Diretoria de Investigações Criminais (Draco/Deic) nas cidades de Joinville, Florianópolis, Brusque, Biguaçu, Camboriú e Laguna. A ação, intitulada Linha Cortada, aconteceu na manhã desta sexta (20).
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No total, a Polícia Civil cumpriu mandados contra 10 pessoas – oito delas já estavam dentro das cadeias catarinenses –, e conduziu uma para prestar esclarecimentos. Foram cumpridos também nove mandados de busca e apreensão. De acordo com o delegado Antônio Joca, responsável pelo inquérito policial, o objetivo é desarticular o sistema de comunicação do grupo criminoso realizado por detentos e integrantes que estão nas ruas.
Uma das pessoas presas em Joinville é companheira de um dos líderes da organização criminosa, que atualmente está recolhido no Presídio Regional da cidade. Com a mulher, a Polícia Civil encontrou 13 celulares que eram utilizados para gerenciar as operações fora do sistema penitenciário catarinense. Já no município de Brusque, no Vale do Itajaí, uma suspeita foi presa em flagrante por associação criminosa.
Segundo a polícia, os familiares ficaram responsáveis — depois que os parentes foram presos — por receber o pagamento do valor recolhido dos criminosos para manter o grupo, além de gerenciar movimentações bancárias, tráfico de drogas, acerto de contas e ainda facilitar a comunicação dos detentos com outros integrantes do grupo que estão nas ruas.
— Verificamos que os detentos mantem contato, principalmente com parentes, que estão nas ruas para articular a organização do grupo. Sabemos que algumas unidades (prisionais) têm bloqueadores, outras se têm não estão funcionando, mas vemos a comunicação por meio de celulares, bilhetes e até cartas — explica o delegado.
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Investigação a partir de apreensões
Ainda de acordo com Joca, a investigação começou em fevereiro deste ano a partir da apreensão de celulares em outra operação da Polícia Civil. Com as informações coletadas foi possível identificar a participação dos envolvidos no grupo. A investigação apontou que os familiares arquitetavam a entrada de drogas e celulares dentro das cadeias catarinenses.
— A pessoa presa em Joinville, por exemplo, recebia o valor do "dízimo", fazia o depósito em conta bancária pertencente à facção e mandava foto do comprovante para a pessoa que estava dentro da cadeia. Ela ainda informava aos integrantes da facção se alguma droga ou pessoa, pertencente ao grupo, havia sido presa — esclarece.
Durante a operação, os policiais encontraram, além de celulares, anotações de movimentações bancárias e sobre a operação do tráfico de drogas. A Draco tem agora 30 dias para concluir o inquérito policial. Os envolvidos deverão ser indiciados por organização criminosa e tráfico de drogas. A investigação continua para identificar o envolvimento de outros suspeitos no esquema.
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