A morte de uma mulher de 33 anos deixou duas famílias em choque na quarta-feira, em Joinville: a da vítima e a do assassino. O marido acabou matando a mulher por esganadura depois de uma discussão entre o casal, no bairro Santo Antônio.
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Foi Darci Venâncio Rosa Filho, de 34 anos, logo depois de apertar as mãos ao redor do pescoço de Cristhiane Felício, de 33 anos, quem chamou o socorro e a polícia. Ele foi preso em flagrante e está no Presídio Regional de Joinville.
Na madrugada, por volta da 0h30, vizinhos escutaram uma discussão. Só perceberam que era mais do que uma briga de casal quando chegaram os paramédicos e a Polícia Militar. Vizinhos e policiais foram ao apartamento, em um condomínio no bairro Santo Antônio, e encontraram Cristhiane caída na sala já sem vida.
Darci alegou legítima defesa. Disse aos policiais que a esganadura ocorreu enquanto ele tentava acalmar a situação. Quando ela caiu, afirmou que prestou socorro (fez respiração boca a boca) e que acionou os serviços de emergência.
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A irmã de Darci, Maica Rosa, ainda tenta entender o que aconteceu:
– Meu irmão é 100% e tenho certeza de que o que ocorreu foi uma fatalidade. Nem ele esperava isso. Ele sempre foi muito calmo -, conta.
Maica informou também que Cristhiane era ciumenta e as discussões ocorriam porque ela não deixava o marido fazer nada.
Darci, segundo o delegado Luís Felipe Fuentes, já tinha registrado um boletim de ocorrência, em março, contra a mulher por causa de uma agressão física.
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– Mas ele não levou o caso adiante -, diz Fuentes.
O suspeito, conforme o delegado, não tem antecedentes e prestou depoimento na presença de um advogado. Segundo o delegado, ele pode responder por homicídio qualificado, com pena que varia de 12 a 30 anos de cadeia.
Cristhiane e Darci estavam juntos havia quatro anos e tinham um casal de gêmeos, de cinco meses.
Família de vítima em estado de choque
– Agora só resta a justiça de Deus.
Foi com este pensamento que familiares e amigos se despediram de Cristhiane Felício. Em meio ao luto, a família ainda tentava entender o que teria motivado o crime.
– Não tenho nada para reclamar dele, mas ninguém sabe o que acontecia de fato na rotina deles – , afirma um parente.
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De acordo com este parente, o marido, Darci Venâncio Rosa Filho, 34 anos, teria chamado um advogado antes mesmo de acionar a polícia.
– Se queria mesmo salvá- la, acho que essa não seria a primeira atitude a ser tomada -, diz.
O celular de Cristhiane continha uma ligação para o pai no mesmo horário que teria começado a discussão, conta um familiar, que pediu para não se identificar. Segundo ele, há alguns meses Darci teria procurado um familiar para contar que queria se separar.
– Como os filhos tinham recém-chegado, aconselharam ele que era melhor tentar manter o casamento, ao menos por enquanto -, conta.
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Segundo o parente, Cristhiane era muito querida pelos amigos e não comentava com ninguém sobre problemas no relacionamento com o marido.
– Se tinha, era algo que ficava entre eles, ninguém sabia de nada -, diz.
Formada em administração, Cristhiane teria pedido demissão há pouco mais de uma semana para se dedicar aos filhos gêmeos.
– Há um mês, um deles passou por uma cirurgia porque nasceu com a moleira aberta e ela ficou com ele no hospital. Sempre fez tudo por eles desde que nasceram -, fala.
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Christiane foi velada e enterrada na quarta-feira à tarde no Cemitério Municipal de Joinville.
Ela apresentava fratura no nariz e ferimentos na testa, boca e mãos.
– Se ele só a esganou e foi um acidente porque há tantos machucados? -, indaga um familiar.