Uma delegação de familiares de vítimas do governo Alberto Fujimori anunciou nesta quinta-feira que viajará à Costa Rica para solicitar à Corte Interamericana de Direitos Humanos a nulidade do indulto outorgado pelo presidente Pedro Pablo Kuczynski.

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O tribunal, com sede na Costa Rica, marcou uma audiência para o dia 2 de fevereiro a fim de abordar o tema.

“Foi um procedimento injusto e político do presidente Kuczynski, sem falar conosco, que continuamos sofrendo com a morte de nossos entes queridos”, disse em entrevista coletiva Rosa Rojas, que em 1991 perdeu seu marido e a um filho de 8 anos no massacre de Barrios Altos, um dos casos pelos quais o ex-presidente (1990-2000) foi condenado a 25 anos de prisão.

Rojas disse que a Corte os ouvirá “porque as feridas continuam abertas. Não há razão para o indulto”, disse a mulher.

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Jorge Bracamonte, da Coordenadoria Nacional de Direitos Humanos, uma ONG que lidera a delegação junto com os familiares, disse à AFP que o pedido de nulidade se baseia em dois pilares relacionados com irregularidades no processo e com fatores políticos.

Bracamonte lembrou que durante o governo do presidente Ollanta Humala (2011-2016), uma junta médica determinou que Fujimori não padecia de enfermidade terminal e que suas doenças estavam sob controle.

Acrecentou que o benefício foi dado em meio a um acordo entre o presidente Kuczynski e Kenji Fujimori, filho mais novo do ex-presidente, para evitar a destituição presidencial.

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* AFP