A falta de informações sobre o estado de saúde de detentos e a suspensão de visitas motivada pela pandemia do coronavírus fez com que familiares de presos protestassem em frente ao Complexo Penitenciário de Florianópolis nesta terça-feira (15). Na unidade, atualmente, há três servidores em tratamento contra a infecção causada pelo vírus.
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Em Santa Catarina, 3.124 pessoas foram diagnosticadas com a covid-19 nas unidades prisionais, segundo dados da Secretaria de Administração Prisional (SAP), e 189 casos são investigados no sistema prisional. Três apenados e um funcionário morreram por complicações da doença durante a pandemia.
Ao G1SC, a voluntária da Associação Gente da Gente, Claudia Lopes, disse que nos últimos meses as condições de higiene pioraram nas penitenciárias catarinenses e que as famílias dos presos não recebem informações sobre eles, mesmo quando eles são diagnosticados com a doença:
– Teve uma mãe que ficou 30 dias sem saber do filho.
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Nesta terça, 54 pessoas, entre funcionários e presos, estão em tratamento contra a doença.
Após a manifestação, o advogado e os representantes dos familiares foram recebidos pelo gerente regional do Departamento Administrativo Prisional na Grande Florianópolis, Ranieri Ramos. Ao encerrar a reunião, uma nota foi enviada à imprensa com esclarecimentos.
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Segundo nota divulgada pela assessoria do Deap, foi pedido melhoria na qualidade da alimentação, materiais de higiene e o retorno de cartas virtuais e, como resposta, o diretor da unidade “solicitou que fosse servido aos visitantes as mesmas marmitas consumidas pelos internos e todos aprovaram os alimentos”.
Em relação ao kit de higiene, que não estaria sendo entregue, a nota afirma que todos os detentos receberam nesta semana o seu kit.
Por fim, a nota informa que foi “autorizada a volta das cartas virtuais, uma vez que não há condições sanitárias para a volta das cartas em papel e visitas presenciais”, como opção para que os familiares tenham informações sobre os presos.
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