Há alguns dias, Sheila Priebe, 35 anos, tinha decidido retornar à casa dos pais, no bairro Vila Nova em Joinville, após uma discussão com o companheiro, Natanael Antonio Mira, 48 anos. O motivo da separação, segundo familiares, foi o abuso de drogas por parte do marido. A mulher já tinha conseguido um caminhão para realizar o frete dos pertences, mas a mudança não se concretizou. No último sábado, após uma denúncia, o corpo dela foi encontrado pela polícia enrolado em um cobertor dentro da casa do casal.
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— Ele nunca foi uma pessoa violenta, eu não sei o que aconteceu. Agora que ele caiu na droga tirou a vida dela desse jeito — lamenta Vilson Beilke, 56 anos, tio da vítima.
Segundo o tio, o vício do marido começou a incomodar Sheila nos últimos meses. Como ela não via perspectiva de melhora resolveu dar um basta na situação e deixar a casa, situada na Estrada do Atalho, no bairro Vila Nova, para recomeçar ao lado dos pais. A última discussão do casal aconteceu na semana passada, de acordo com Vilson, por causa do uso de drogas de Nataniel.
O aposentado Ademir Possamai, vizinho da casa do casal, contou que os dois tinham se mudado para a residência há aproximadamente 20 dias. Ele disse que há duas semanas escutou Sheila pedindo socorro porque o marido teria furtado uma televisão de dentro de casa. Os moradores chamaram a polícia para atender a situação e, desde então, não tinham ouvido mais nenhuma briga vindo da casa.
— Os vizinhos chamaram a polícia porque a escutaram pedindo socorro, por volta das 3 horas, dizendo que ele tinha furtado uma televisão dela para vender — conta o aposentado.
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O corpo da vítima foi localizado neste domingo com marca de pelo menos três facadas. Sheila era a irmã mais velha de quatro irmãos – três mulheres e um homem. Durante o velório realizado nesta manhã em Joinville, amigos e familiares estavam consternados com a situação. Para a família, a vítima era uma pessoa calma, paciente e batalhadora. Ela trabalhou durante muitos anos em uma empresa têxtil da cidade, mas tinha saído do emprego há algum tempo.
— Ela era muito querida por todos e uma pessoa muito calma, não reclamava de nada — conta o tio da vítima.
Sheila foi velada na capela da Igreja Evangélica Luterana Cristo Redentor, no bairro Glória, e sepultada no Cemitério Dona Francisca, no Distrito Industrial. Ela não deixa filhos. Já o companheiro dela foi preso no bairro Paranaguamirim, na zona Sul da cidade, horas depois que o corpo de Sheila foi localizado, e encaminhado ao Presídio Regional de Joinville.
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