O ataque à creche Aquarela em Saudades, no Oeste de SC, traz à tona o debate sobre seguranças em unidades de ensino. No assassinato de cinco pessoas na manhã dessa terça-feira (4), o autor não teve dificuldades para entrar armado com uma adaga na escola infantil e cometer o crime. Na pequena cidade, o clima é de luto. Para Daniela Niederle, familiar de uma das vítimas, é preciso que sejam adotadas medidas de segurança.
Continua depois da publicidade
> Um dia após ataque a creche em SC, polícia ainda tenta entender as motivações do crime
> Bebê ferido durante ataque a creche em SC tem quadro estável, diz boletim médico
A técnica em Enfermagem não se refere a vigilantes ou vigias, por exemplo, mas a protocolos que podem ajudar a evitar que pessoas sem ligação com a comunidade escolar cometam esse tipo de atrocidade.
— Em primeiro lugar, precisamos manter a porta da escola fechada, precisamos de segurança para os alunos. O autor era conhecido da sociedade, nós conhecíamos os pais. Atrás disso, no entanto, ele deveria estar enfrentando algum problema maior.
Continua depois da publicidade
> Receba notícias de SC por WhatsApp

Conforme Jair Hubner, morador de Saudades, o autor do ataque é de família “humilde e trabalhadora”. Na pequena cidade, a pergunta que mais predominou nesta quarta-feira (5) foi: por quê? É o que a própria polícia tenta entender.
Por ser um município pequeno, é normal que boa parte da população se conheça e é isso que vem causando estranheza em muitos moradores. A atitude do jovem de 18 anos, de tirar a vida de cinco pessoas, surpreendeu a todos — ele não tem passagem policial, por exemplo.
— Conhecemos a família do rapaz. É humilde, trabalhadora, são muito ‘gente boa’, por isso não sabemos ainda dizer o que aconteceu. No começo, eu não quis acreditar que seria ele mesmo que tivesse feito essa atrocidade — aponta Hubner.
Na entrevista coletiva concedida no final da tarde de ontem, o Delegado da Polícia Civil de Pinhalzinho, Jerônimo Marçal Ferreira informou que o jovem, que era funcionário de uma empresa local, vinha sofrendo bullying e por conta disso não queria mais ir à escola e nem mesmo se relacionar com os amigos.
Continua depois da publicidade
— Durante o dia os policiais colheram informações para tentar traçar o perfil do autor do crime. Ao longo dos próximos dias vamos seguir trabalhando nisso. Mas pelas informações que já temos, ele era problemático e vinha sofrendo bullying na escola. Apresentava um perfil que é parecido com o de outros jovens — explica.
> Professora morta em ataque a creche no Oeste de SC era prima de dupla sertaneja de Blumenau

Como ele tentou tirar a própria vida com a arma que usou no crime, a Polícia Civil ainda aguarda a realização das cirurgias necessárias para que, posteriormente, ele possa ser interrogado.
— Quero saber o que ele vai contar para juntarmos com peças de investigação e com a versão dele para tentar entender tudo isso — finaliza o delegado Jerônimo.
*Vinicius Rigo, Especial
LEIA TAMBÉM
Jovem com faca invade creche e mata crianças e professora no Oeste de SC
Continua depois da publicidade
Quem era a professora morta em ataque a creche no Oeste de SC
Ataque a creche em SC: “Uma cena de terror”, diz secretária de Educação
Ataques a escolas no Brasil: 8 vezes em que o país viveu cenas de terror
Identificada funcionária morta em ataque a creche no Oeste de SC
#ForçaSaudades: publicações nas redes sociais lamentam o ataque a creche de SC#ForçaSaudades: publicações nas redes sociais lamentam o ataque a creche de SC
Crianças mortas em ataque a creche em SC tinham pouco mais de um ano de idade
Homenagens a vítimas de ataque a creche em SC comovem familiares
Após ataque a creche em SC, prefeito desabafa: “Dia mais triste da nossa cidade”