Dentro da água eles até podem ser rivais. Disputam a braçadas as melhores ondas. Mas fora do mar, na casa da família Wood, na Armação, em Florianópolis, eles são melhores amigos. Na residência dos irmãos Cauê e Luan Wood, sete surfistas de quatro países diferentes estão hospedados para o ASP Qualification Series, que ocorre na Praia da Joaquina até sábado.
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Assim que o sol desponta sobre o oceano, a casa começa a se encher de ruídos. As janelas da cozinha se abrem. Luan acorda, come algo e se prepara para surfar. Depois, Cauê toma um café e logo em seguida, Carlos Muñoz desperta. O surfista costa-riquenho, que bateu Gabriel Medina na primeira bateria da etapa da Califórnia do WCT, em setembro, é amigo dos dois irmãos catarinenses há quatro anos.
Muñoz “es un tipo muy raro”. Ou especial, em tradução livre do Espanhol. Um cabeleira blackpower, mas acastanhada, um sorriso largo e embalado de gargalhadas. Falante, se aquietou só quando colocou um Bob Marley para tocar no computador, enquanto os demais levantam de suas camas.
Logo a casa de Paulo e Martha, pais de Luan e Cauê, está sintonizada com a energia dos meninos, todos ansiosos para passar a parafina nas pranchas e cair na água.
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– É muito bom poder receber amigos em casa. Ocorre o mesmo quando estamos no exterior. A casa cheia ajuda a não ficar bitolado, pensando apenas na competição. Descontraímos – conta Luan.
Sempre que Caue e Luan estão surfando pelo mundo, os dois tem posto seguro na casa de um amigo. Na Indonésia, Oney Anwar é parceiro. Na Costa Rica, Noe Mar McGonagle. E quando a competição é no Brasil, é a chance de retribuir os companheiros.
– É uma segurança para os familiares deles saberem que o filho está em uma casa de família. E eles são muito organizados, cada um lava sua louça, cuida das suas coisas – garante Paulo Wood.
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Surfe no quintal de casa
Cauê, 22 anos, e Luan, 18, nasceram em São Paulo, mas vieram ainda pequenos para morar em Florianópolis. Aprenderam a surfar nas ondas do Matadeiro, no Sul da Ilha. E enquanto as baterias da turma não começam no Oceano Santa Catarina Pro, na Joaquina, os irmãos mostram a Muñoz as ondas do quintal de casa.
São 10 minutos de caminhada, alongamentos e mar. Mesmo com ondas razoáveis de meio metro, Luan, Cauê e Muñoz dão um show de manobras e agressividade. Rasgas, batidas, e aéreos. Aquecimento para as ondas da Joaca que os receberão a partir de amanhã.
– É muito melhor estar entre amigos, a gente se sente em casa – disse Anwar, antes de encarar as ondas do Matadeiro.
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