Uma família de ucranianos que já morou em Balneário Camboriú, Litoral Norte do Estado, enfrenta uma dura viagem para fugir da guerra na Ucrânia. Eles relataram ao G1 que fizeram um percurso de trem de 14 horas e enfrentaram temperaturas abaixo de 0°C para voltar ao Brasil.
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Volodymyr Borodin está acompanhado da mulher, sogra, filho de 3 anos, que é catarinense, e também leva o gato de estimação. O artista plástico relata que, neste sábado (5), eles tentavam resolver as pendências com documentos do serviço militar para chegar até a Eslováquia.
Para sair de Fastiv, região de Kiev, Borodin disse que na plataforma havia polícia e voluntários armados para evitar confusões nas entradas dos vagões.

A família conseguiu embarcar em um quarto, com quatro camas e uma mesa, para uma cidade próxima da fronteira, que é uma região turística de montanhas
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— Quando chegamos na plataforma, em toda a estação as luzes estavam apagadas, por segurança, para não chamar a atenção dos aviões militares. A gente ficou duas horas esperando o trem. Quando fomos não tinha tanta gente, porque ontem por exemplo, tinham muitas pessoas e ocorreram brigas para entrar e foi preciso chamar a polícia. Conseguimos embarcar e por muita sorte nós recebemos um quarto de trem — disse.
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Impasse
No ponto para passar a fronteira em Mukachevo, Borodin disse que foi impedido por conta de documentos do Exército estarem vencidos.
— Não consegui ultrapassar a fronteira e nós voltamos para Suskovo. Não conseguimos um lugar para ficar pois está tudo ocupado. Conseguimos por ajuda de um amigo para uma cidade que está perto, que arrumou um quarto para um hotel e estamos no hotel — disse.

O casal morava e trabalhava em Santa Catarina. O filho deles nasceu em Balneário Camboriú. Volodymyr explicou que a família foi à Ucrânia por conta da mulher que tinha um trabalho como jornalista e queria voltar, mas não conseguiu voltar por causa da pandemia da Covid-19. Durante este período, ele conta que não conseguiu renovar os documentos.
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Até resolver as pendências, Borodin explica que a família irá ficar no hotel em Suskovo, onde devem ficar até conseguirem definir os próximos passos da viagem.
— Se semana que vem não der certo com meus documentos, vou tentar mandar minha família para fora da Ucrânia. Acredito que vão ir até Varsóvia, onde vai partir um voo que o governo brasileiro organizou — explicou.
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