A dona de casa Jandira Maliceski de Mendonça, 53 anos, busca explicações para a morte do irmão mais novo, Jair Mariano Maliceski, 46 anos, no fim de janeiro. Segundo Jandira, ele tinha hepatite e procurou o PA Norte com sintomas de fraqueza e dores pelo corpo, mas após ficar em observação e tomar soro, teria perdido a visão, ficado desorientado e sem conseguir caminhar.
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– Entrei com o meu irmão falando, andando e enxergando e saí com ele numa cadeira de rodas -, disse.
Jandira conta que o irmão sentiu-se mal pela primeira vez em 18 de janeiro. Ela e o marido o levaram até o PA Norte. Ele foi medicado, sentiu-se melhor e voltou para casa. No dia 21, voltou a sentir dores pelo corpo e mais uma vez procurou o pronto-atendimento. Foi liberado após receber dipirona.
No dia 25, acordou sentindo mais uma vez dores pelo corpo e canseira. Jandira o levou ao PA e o médico que estava de plantão o deixou em observação. Jandira conta que Jair, após receber soro, perdeu a visão, ficou desorientado e sem conseguir andar, mas mesmo assim foi liberado pelo médico.
– Com duas ambulâncias lá na frente, o médico não mandou ele para o Regional. Eu quero saber por que esse médico liberou ele para ir para casa no estado em que ele estava.”
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Já em casa, Jair foi piorando, e no fim da tarde do dia 25 Jandira chamou o Samu. Ele foi levado para o Hospital Regional e ficou internado. No dia seguinte, a situação se agravou e ele foi para a UTI. No dia 29 de janeiro, morreu. De acordo com Jandira, a certidão de óbito aponta como causas da morte pneumonia aguda e infecção generalizada.
A dona de casa quer saber se houve negligência por parte do médico no PA e se houve algum erro na medicação que ele recebeu no pronto-atendimento.
Contraponto
O coordenador dos PAs Norte e Leste, enfermeiro Alvaro César Ricardo Júnior, relata que o paciente Jair Maliceski teria abandonado o tratamento da hepatite há dois anos.
Ele explica que os prontuários dele serão encaminhados para auditoria da Secretaria Municipal da Saúde para que a conduta do médico e o tratamento prestado a ele sejam investigados. Conforme Alvaro, se for encontrado algum erro no tratamento ou na conduta do médico, a auditoria poderá encaminhar as informações ao Conselho Regional de Medicina.
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O médico que atendeu Jair é nefrologista e mora no Paraná. Ele vem a Joinville alguns dias por mês para fazer plantão nos PAs Norte e Leste. De acordo com Alvaro, ele chega a Joinville hoje, mas ainda não sabe da repercussão do caso.
– Assim que ele chegar amanhã (nesta quinta-feira), vou ligar para ele e dizer que preciso conversar com ele com urgência -, disse o coordenador.
O telefone do médico não foi repassado à reportagem.