Três meses após a queda de uma aeronave na área de mata próxima da SC-416, entre Garuva e Itapoá, no Norte de Santa Catarina, os familiares das duas vítimas ainda aguardam as conclusões do que causou o acidente. O avião particular saiu de Governador Valadares (MG) e tinha Florianópolis como destino final. À época, Antônio Augusto Castro e Geraldo Claudio de Assis Lima morreram, sendo o passageiro e piloto, respectivamente.
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De acordo com Alaor Esteves, irmão de Antônio, a situação é angustiante. Ele explica que os familiares não têm atualizações das investigações e não sabem o que aconteceu em 3 de junho, data em que a aeronave caiu em Santa Catarina.
— Essa angústia é por ausência de qualquer manifestação. Queremos saber o que ocorreu, até para apurarmos responsabilidades. Foi meu irmão a vítima, um cara espetacular, deixou a esposa e dois filhos. Era novo, 52 anos. Ainda choro dia e noite. Sonho dia sim e dia não com ele. Acabou com todos nós — lamenta.
Fotos da vítimas e do acidente com avião em SC
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A perda de Antônio não fere só o coração da família, mas também as finanças. Conforme Alaor, o irmão era responsável por pagar o tratamento médico do pai, que sofreu fraturas no fêmur e bacia ao cair de uma escada, além de ter doença de parkinson.
— Ele cuidava financeiramente do meu pai, que está acamado. Gastava em torno de R$ 12 mil por mês. Fisioterapia, enfermeiro, medicamentos e por aí vai. É tudo muito caro. Agora nos unimos para tentar pagar pelo menos a metade, já que o plano não cobre tudo — explica.
Apesar dos problemas, Alaor ressalta que ele e os familiares vão seguir na tentativa de descobrir o que causou o acidente.
— Vamos lutar para continuar — aponta.
Como estão as investigações sobre a queda de avião
As investigações sobre o acidente com o avião que caiu entre Itapoá e Garuva, no Norte de Santa Catarina, iniciaram ainda no começo de junho pela Polícia Científica. Uma equipe com cinco policiais especialistas esteve no local da queda, juntamente com profissionais do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e da Força Aérea Brasileira (FAB).
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Em nota enviada à reportagem do AN em junho, o Cenipa, órgão central do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIpaer), localizado em Brasília (DF), afirmou que os investigadores foram acionados para realizar a ação inicial da ocorrência envolvendo a aeronave. Nesta sexta-feira (30), o painel do Cenipa ainda indica que “os trabalhos relativos a esta ocorrência estão em andamento”.
“Na Ação Inicial são utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e a confirmação de dados, a preservação dos elementos, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias à investigação”, complementa a nota divulgada logo após o acidente.
O Cenipa, ainda, frisou em junho que o posicionamento do órgão se dá somente a partir do fim das investigações, já que o objetivo, segundo eles, é de prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram.
“A conclusão da investigação terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade da ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes”, afirmou o Cenipa.
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Procurada pela reportagem do AN, a Polícia Civil não retornou o contato até a publicação desta notícia.
Relembre a queda de avião em SC
Duas pessoas morreram após um avião de pequeno porte ser encontrado entre Itapoá e Garuva, no Norte de Santa Catarina, na madrugada desta terça-feira (4). As vítimas foram identificadas como Antônio Augusto Castro e Geraldo Claudio de Assis Lima, sendo o passageiro e piloto, respectivamente.
O que se sabe sobre a queda de avião com duas mortes em SC
Conforme informações do Aeroporto de Joinville, o avião de pequeno porte não tinha pouso previsto para o aeródromo na maior cidade de Santa Catarina. O piloto do avião, no entanto, chegou a estabelecer contato com a equipe de controle aéreo do Aeroporto de Joinville por volta das 18h, minutos antes de desaparecer do radar.
Ainda segundo o radar de voos do site FlightAware, empresa de aviação digital que detém uma plataforma de dados e rastreamento de voos, a aeronave de MG foi flagrada pela última vez às 17h38min de segunda-feira (3), perto de Guaratuba (PR).
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De acordo com informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião da empresa Conserva de Estradas era um modelo Beech Aircraft de 1982, realizava serviço aéreo privado e estava com o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) regularizado, com vencimento apenas para 2025.
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