Eduardo de Jesus, de 10 anos, morreu baleado na cabeça com um tiro de fuzil durante uma operação policial no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, no dia 2 de abril de 2015. À época, a Polícia Militar alegou que o menino foi vítima de bala perdida durante troca de tiro com traficantes.
Continua depois da publicidade
Clique e participe do canal do Hora no WhatsApp
Siga as notícias do Hora no Google Notícias
Porém, a família de Eduardo e outras testemunhas alegam que não houve tiroteio. Essa versão é endossada pela perícia da Polícia Civil, que descartou a hipótese de troca de tiros no mesmo ano da morte do menino. Continue a leitura para saber mais sobre o caso, que é tema do Linha Direta desta quinta-feira (20).
Continua depois da publicidade
Relembre o caso Eduardo de Jesus
No dia de sua morte, Eduardo de Jesus estava na porta de sua casa no Complexo do Alemão quando foi atingido por um tiro de fuzil. Conforme relatos da mãe de menino, Terezinha Maria de Jesus, relembra que só ouviu um grito, mas, quando chegou até seu filho, ele já estava morto.
— Eu não tive luto. Estou tendo a luta e só vou descansar quando eu vir essa justiça feita. Vou provar o que aconteceu com o meu filho, que a polícia chegou, matou o meu filho, e ficou por isso — afirmou Terezinha em entrevista ao g1 em 2023.
A versão da família confronta com a versão da Polícia Militar, que afirma que a morte do menino ocorreu durante uma troca de tiros com traficantes no local. Até o momento, o Ministério Público do Estado (MPRJ) apresentou uma denúnica contra um policial presente na operação. Contudo, a Justiça negou o pedido e a investigação estagnou.
Continua depois da publicidade
Possibilidade do caso ter nova investigação
Neste ano, após a prisão de Rivaldo Barbosa por envolvimento no caso Marielle, a família pede que o caso tenha uma nova investigação. Isso porque Rivaldo era o titular da Delegacia de Homicídios que lidou com o caso de Eduardo de Jesus.
Conforme informações do g1, Terezinha conta que o ex-delegado hospedou a família em hotel de luxo no Rio de Janeiro como forma de evitar pressões pela investigação. Como Rivaldo foi preso com a suspeita de ter atrapalhado as investigações do assassinato da vereadora Marielle, a família acredita que ele também possa ter influenciado as investigações da morte de Eduardo.
— Olhando pra trás, eu vejo agora que uma esperança maior que eu já tinha, desse caso reverter. Da justiça ser feita, através do caso da Marielle Franco, muitos casos que ele investigou e botou panos quentes em cima, vão ser desvendados — complementa a mãe.
Continua depois da publicidade
Neste ano, o advogado da família, João Pedro Accioly, conseguiu que o caso seja desarquivado. Ele apresentou erros no inquérito e no processo e, após uma nova petição, foram apresentadas novas provas. Esses materiais foram coletados pela mãe de Eduardo. Ainda, foi instaurado um Procedimento de Investigação Criminal (PIC). Com o PIC, novos depoimentos devem ser feitos em uma retomada da investigação.
Ao g1, a Polícia Civil informou que o inquérito foi concluído em 2015 e que, na época, foi apurado que o disparo da bala partiu de onde estavam os policiais militares. Ainda, a Civil afirma que não foi possível identificar qual dos agentes foi responsável pelo disparo que matou Eduardo de Jesus.
Como o caso virou tema do Linha Direta
Quase 10 anos depois da morte de Eduardo de Jesus, a família do menino continua lutando pelo desarquivamento do caso e por novas investigações. Terezinha Maria de Jesus, mãe do menino, busca todas as formas para que o caso não seja esquecido. Tanto que abordou a atriz Fernanda Montenegro ao final de uma sessão da peça “Macacos”, de Clayton Nascimento. A atriz, então, buscou o apresentador Pedro Bial, pedindo que a história fosse abordada no Linha Direta.
Continua depois da publicidade
*Com informações do g1 e assessoria de imprensa.
Leia também
Linha Direta 2024: horário, apresentador e tudo sobre o programa
Como assistir ao Linha Direta online?
Relembre o caso da família Gonçalves, chacina tema do Linha Direta