Uma semana após a morte de Gabriella Custódio Silva, em Joinville, a família ainda busca por respostas e pede justiça. Apesar da dor, familiares da vítima concederam entrevista à imprensa na manhã desta segunda-feira (29). A jovem foi morta com um tiro no peito na última terça-feira (23), dentro de uma casa no Distrito de Pirabeiraba, na zona Norte da cidade.

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Segundo Marcelo Silva, pai de Gabriella, a família tem como costume conversar diariamente, já que as duas filhas residiam em Joinville, e Marcelo e a mulher em Penha, no Litoral Norte. Naquele dia, ele tentou várias contatos com a jovem, por ligação e aplicativo de mensagens, mas ela não retornou.

Por volta das 19 horas, o pai de Leonardo Natan Chaves Martins, principal suspeito de atirar contra a vítima, mandou um áudio informando que havia acontecido uma fatalidade com Gabriella. Marcelo diz que ele ainda informou que ia ficar sem área de celular.

— Imagina, eu em Penha e desesperado para saber notícias da minha filha, ligando em todos os hospitais. E ele (Leonardo) não disse onde ela estava ou o que tinha acontecido? Isso é coisa que se faça? Uma pessoa que diz que a ama? — questiona o pai.

Ainda conforme Marcelo, a família de Gabriela sempre se reuniu, aos finais de semana, em Joinville ou Penha e nunca passavam muito tempo sem se ver. A proximidade sempre foi uma marca e prioridade para eles. No entanto, a união começou a enfraquecer há cerca de três meses quando Gabriella e Leonardo começaram a morar juntos, conforme o pai. Ele relembra que sempre convidava o casal para visita-lo, mas Gabriella e o marido não iam.

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— Ela começou a se distanciar e eu cobrando dela. Agora, depois de tudo o que aconteceu, vem pessoas falar um monte de coisa sobre ele. Eu não consegui saber antes para tirar a minha filha disso. Perdemos um pedaço e isso não vai ter volta — lamenta.

Marcelo Silva diz que Gabriela estava distante da família
Marcelo Silva diz que Gabriela estava distante da família (Foto: Salmo Duarte/A Notícia)

O pai ainda conta que Gabriella começou a trabalhar ainda adolescente, por volta dos 14 anos, e nunca ficou muito tempo sem emprego. A jovem estava trabalhando em uma transportadora joinvilense, mas saiu há alguns meses. Ela justificou a família que "estava muito estressada", por este motivo, pediu demissão. A irmã da jovem, Andreza Custódio Silva, acredita que a saída tenha sido motivada por outro fator.

— As pessoas vieram contar para nós que ele era muito ciumento com a Gabi. Ela fez a matrícula na faculdade, para conseguir uma promoção no trabalho, e os dois ela parou. Depois, ficamos sabendo que ela deixou por causa do ciúme dele — menciona.

Depois da morte da jovem, a família criou uma página em uma rede social intitulada "Justiça pela Gabi", que já conta com mais de 10 mil curtidas. A versão de tiro acidental foi apontada pelo suspeito durante depoimento à Polícia Civil na última quinta-feira (25), após se apresentar com a presença do advogado Pedro Wellington Alves da Silva.

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Tiro foi acidental, diz suspeito

Em depoimento, o companheiro de Gabriella afirmou ter atirado por acidente uma arma pertencente a seu pai, Leosmar Martins. O homem teria adquirido a pistola um dia antes da morte da jovem. Segundo o delegado Elieser Bertinotti, responsável pelas investigações, tanto Leonardo quando o pai dele não possui posse e nem porte de armas, o que denota a aquisição ilegalmente.

Leomar deve ser ouvido na tarde desta segunda-feira (29) sobre o caso (podendo permanecer em silêncio no interrogatório). O delegado ainda informou que não descarta inquirir novamente o suspeito nos próximos dias. À reportagem, o advogado de defesa do suspeito informou que ainda não teve acesso aos depoimentos prestados pela família da vítima à polícia na última sexta-feira (29). O advogado afirmou que só irá se pronunciar depois que tiver acesso aos documentos.

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