A casa em Blumenau foi pintada e a mãe, a dona de casa Edite, havia comprado camas novas para receber o filho que chegaria da Itália nesta terça-feira depois de oito anos sem ver a família.
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O padeiro Luciano Martins, 36 anos, o Zabra, traria a namorada, a enfermeira italiana Katiusa Ofanto e o filho do casal, Cristian, de dois anos de idade, para alguns dias de férias. A expectativa pelo tão esperado reencontro deu lugar à tristeza. Na segunda-feira, dia 24, um funcionário da Embaixada do Brasil na Itália ligou para a família avisando sobre a morte do filho mais velho, em Roma. Desde então, parentes vivem dias de angústia esperando informações sobre a liberação do corpo. Estão aflitos porque a embaixada não ligou mais e não conseguem contato.
– Enquanto o corpo não chega, todo dia aqui é um falecimento para minha mãe. Ela quer ver o Luciano de qualquer maneira – disse o irmão do meio, Juliano Martins.
Para familiares e amigos, a morte de Luciano está mal explicada.
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– Falamos com ele na quinta-feira (dia 20). Estava feliz, perguntou quem ia buscá-lo no aeroporto. Luciano era saudável, não tinha problemas de saúde, fazia academia, dormia quatro horas e levantava cedo para entregar pães. Tinha muitos amigos. Era um palhaço vivo, muito divertido. E gostava do filho. Comprava brinquedos para ele e mandava fotos para a gente ver – contou o pai, João Martins, 67 anos.
Segundo informações não-oficiais recebidas pela família, o corpo de Luciano foi encontrado no dia 24 em sua quitinete, em Roma, e estaria com duas picadas de injeção. Uma na coxa e outra no fígado. Amigos disseram que vizinhos viram a namorada Katiusa deixar a quitinete por volta das 5h30min de sábado.
A enfermeira Katiusa morava com o filho a cerca de 60 quilômetros da capital italiana. Ela via Luciano apenas nos fins de semana. Um amigo contou que ela tinha um ciúme doentio pelo namorado.
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Ao contrário do que a família esperava, Katiusa não ligou avisando sobre a morte do companheiro. Ela simplesmente sumiu. Foi encontrada em Nápoles, pela polícia, que rastreou o notebook de Luciano.
O computador foi levado assim como todo o dinheiro poupado durante os oito anos na terra estrangeira. Um amigo conta que eram R$ 70 mil para a abertura de um negócio próprio (uma padaria) no Brasil.
Katiusa prestou depoimento e foi liberada. A família não tem dinheiro para o traslado do corpo.
gabriela.rovai@diario.com.br