A família do menino que morreu afogado em uma praia depois do naufrágio de uma embarcação de refugiados sírios, e cuja foto comoveu o mundo, queria emigrar para o Canadá, informou a sua tia, segundo o jornal Ottawa Citizen.
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Teema Kurdi, que reside em Vancouver (costa oeste canadense) desde que emigrou para o país, há 20 anos, disse que entrou com um pedido de imigração na condição de refugiados para seu irmão, sua cunhada e os dois filhos deles, de três e cinco anos.
– Tentei servir de avalista, com ajuda de amigos e vizinhos, para as garantias bancárias, mas não conseguimos – explicou Kurdi ao jornal.
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O serviço de imigração canadense rejeitou seu pedido de refúgio em junho, segundo Kurdi, devido à complexidade dos pedidos de asilo procedentes da Turquia.
Consultado a respeito, o secretário de Imigração canadense, Chris Alexander, afirmou que o número de refugiados aumenta rapidamente e que cerca de 2,5 mil refugiados sírios foram acolhidos pelo Canadá neste ano.
Depois de ter seu pedido de imigração negado, a família tentou então fugir por mar, e sua embarcação acabou naufragando.
A foto de um dos meninos afogado em uma praia da Turquia gerou comoção no Canadá e na Europa, confrontada com uma pressão crescente para gerenciar a chegada de milhares de refugiados ao continente. As duas embarcações que naufragaram tinham saído da cidade turca de Bodrum com destino à ilha grega de Kos, porta de entrada da União Europeia.
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A guarda costeira turca foi alertada por gritos de passageiros dos barcos e conseguiu resgatar os corpos de 12 pessoas, entre eles o do menino que jazia de bruços na praia.
No naufrágio, morreram cinco menores e sete adultos, enquanto 15 pessoas puderam ser resgatadas. A fotografia de um agente turco carregando o menino foi divulgada por meios de comunicação e pelas redes sociais com a hashtag #KiyiyaVuranInsanlik (A humanidade é um fracasso, em turco).
Um dos agentes do resgate disse que as autoridades turcas ouviram o depoimento da família do menino e acreditam que todos procediam da cidade síria de Kobane.
Meios de comunicação turcos reportaram que o menino se chamava Aylan Kurdi e que tinha três anos. Além deles, jornais de toda a Europa repercutiram a comoção provocada pela imagem, que estampou a primeira página de inúmeras publicações.
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O El País, da Espanha, destaca que o menino sobreviveu às bombas e à guerra que fazem parte do cotidiano sírio, mas não teve forças para vencer as barreiras geográficas da fronteira com a Europa.
De acordo com a publicação, no total, havia seis pessoas dentro do barco em que Aylan estava. Além dele, o seu irmão, Galip, a sua mãe, Rihan Kurdi, 35 anos, e um jovem de 18 anos também morreram. Apenas o pai do garoto, Abdullah, e outra pessoa que estava no barco sobreviveram.
O jornal ainda ressalta o fato de que Aylan e Galip não foram as únicas crianças que faleceram no episódio.
* AFP