Família de jovem atingida por um rojão em Barra Velha pede indenização

A família da jovem de 21 anos que foi vítima de um disparo de rojão na virada do ano em Barra Velha entrou na Justiça com um pedido de indenização. A ação cível é para que os três homens que respondem ao processo criminal, se condenados, também compensem a moça por danos físicos, morais e estéticos.

Quase cinco meses após ser atingida pelo foguete no lado esquerdo da cabeça, a moça está reaprendendo a falar. Também faz sessões de fisioterapia para conseguir ficar sentada na cama e, no futuro, voltar a andar. No pedido de liminar, o advogado que representa Ana Paula, Alcides Cardoso, deixou a cargo da Justiça o valor da indenização. Segundo a advogada Camila Cardoso, que também representa a jovem, a indenização deve ser julgada após a conclusão do processo criminal, o que pode levar um certo tempo – até anos.

– Normalmente, os juízes esperam sair a condenação – diz a advogada.

Os réus ainda não foram citados pela Justiça Cível. A ação foi protocolada na sexta-feira e está sendo analisada pela promotora Luciana Filomeno. Gilberto Marinho Moraes, Luiz Vilmar Morais e Odair Luiz Moraes, acusados de terem disparado o rojão, são primos e moram em Curitiba. Foram indiciados em março pelo crime de lesão corporal gravíssima.

Em relação à ação criminal, falta que os depoimentos deles constem no processo. Eles apresentaram suas defesas por carta precatória na cidade onde moram. Se condenados, podem pegar de dois a oito anos de prisão.

AJUDA PARA TRATAMENTO

No dia 25 de abril, a família de Ana fez um bingo para arrecadar fundos para o tratamento da moça. Os prêmios foram doados pela comunidade da região. A irmã mais nova e uma amiga de Ana percorreram cidades da região batendo de porta em porta.

O CASO E AS DECISÕES

1º DE JANEIRO DE 2009 – Quinze minutos após a virada do ano em Barra Velha, Ana Paula é atingida na cabeça por um rojão. Ela estava em um posto de combustíveis no Centro. Pelo menos mais três pessoas ficam feridas. Ana é encaminhada, em coma, ao Hospital São José, em Joinville.

5 DE JANEIRO – Testemunhas são ouvidas.

1º DE FEVEREIRO – Ana volta para casa, em Guaramirim, depois de passar 12 dias na UTI e outros 16 num quarto de hospital.

19 DE MARÇO – A Polícia Civil envia o inquérito ao Fórum de Barra Velha. O delegado Wilson Masson indicia três homens que estavam disparando foguetes de cima de um sobrado, a cem metros de onde Ana Paula estava.

7 DE ABRIL – O juiz Edson Oliveira aceita a denúncia do MP contra Gilberto Moraes, Luiz Vilmar Morais e Odair Luiz Moraes.

22 DE MAIO – Advogado de Ana entra com pedido de indenização contra os réus.