A chegada da família da jovem argentina morta por afogamento entre as praias da Pinheira e da Guarda do Embaú, no dia 26, estava prevista para a noite desta terça-feira, dia 28, no Aeroporto Hercílio Luz, na Capital.
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Mãe e irmã vêm de Buenos Aires a Santa Catarina reconhecer e buscar o corpo de Vanina Mariel Sato Godoy, 25 anos. O rapaz que tentou socorrê-la, mas acabou caindo no mar, continua desaparecido. As buscas permanecem na região até pelo menos o próximo domingo, dia 2 de fevereiro.
O cônsul da Argentina em Florianópolis, Octavio La Croce, está cuidando de todos os procedimentos que o caso exige como encontrar e notificar os parentes, acompanhar a investigação, hospedar a família e cuidar do traslado do corpo para o país de origem. A família da vítima segue direto para um hotel e deve ir na manhã desta quarta-feira ao Instituto Médico Legal (IML).
Conforme o cônsul La Croce, a mãe de Vanina mora no Chile e a irmã, na Província de Santa Fé, na Argentina. Elas foram comunicadas pelo Consulado, que foi avisado sobre a identidade de Vanina por uma amiga dela. As duas estavam acampadas perto do local onde aconteceu o acidente, no último domingo, por volta das 17h.
– É um momento delicado. A família soube há pouco e necessita de tempo para processar a notícia – disse La Croce.
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O cônsul informou que Vanina estava de férias com a amiga. Disse que o endereço da vítima é de Buenos Aires, mas desconhecia sua profissão ou se era estudante.
O som da água parece um tambor
Os dois jovens argentinos vítimas de afogamento não se conheciam. Vanina Godoy, 25 anos e Nahuel Aguero, 22 anos, estavam no mesmo camping, na praticamente deserta Praia do Maço, entre as praias da Guarda do Embaú e da Pinheira.
Nahuel estava no acampamento quando alguns jovens que assistiram a queda de Vanina de um costão de cerca de três metros de altura chegaram correndo pedindo socorro. Nahuel pegou uma corda e foi ajudar. Ele desceu por algumas pedras, perto da água, e chegou a segurar o braço de Vanina, que escapou. Ela já estava desacordada.
Nahuel foi engolido por uma onda, assim como Vanina, que subiu no costão para ver o mar. Os dois caíram no mesmo lugar: o Buraco do Tambor. Parecido com uma toca entre as rochas, que formam uma pequena piscina natural, o lugar foi apelidado assim porque o som da água batendo nas pedras parece o de um tambor. Nahuel tentou nadar naquele pequeno caldeirão de água repuxada pela correnteza, mas sumiu entre as ondas.
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O mar estava maior do que nas três semanas anteriores porque naquele dia o tempo virou com a chegada do Vento Sul. Séries com ondas de pelo menos um metro e meio quebravam no costão. Na volta das ondas para o alto mar, intensas correntes de refluxo se formavam.
Bombeiros do Grupo de Busca e Salvamento de Florianópolis disseram também que as pedras ali, molhadas pela água, viram um “sabão”.
Buscas pelo jovem herói argentino continuam
O corpo de Nahuel Aguero continua desaparecido. Coordenador da operação de resgate, o comandante do 10º Batalhão de Bombeiros Militar, tenente-coronel Cézar Nunes disse que é muito difícil Nahuel ter sobrevivido.
As buscas pelo jovem argentino considerado um herói pelos colegas de camping permanecem pelo menos até o próximo domingo, dia 2 de fevereiro.
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Três mergulhadores, um jet ski com dois condutores, um bote de cinco metros com dois homens e o helicóptero Arcanjo formam a equipe do Corpo de Bombeiros atuando na linha de frente das buscas pelo rapaz que tentou salvar uma desconhecida.
O corpo de Vanina foi retirado com um cabo por guarda-vidas da Guarda do Embaú e por João Fumaça, morador local. Chegou às 20h55min de domingo no IML.
Embora o cônsul argentino ainda não tenha total confirmação do nome da segunda vítima, o delegado titular da DP de Palhoça, Marcelo Arruda afirmou que o jovem desaparecido se chama Nahuel Aguero. Arruda vai abrir inquérito nos próximos dias e já ouviu algumas testemunhas da morte de Vanina e Nahuel.
Três hipóteses para o desaparecimento de Nahuel Aguero
1 – Corpo preso no Buraco do Tambor. Devido a profundidade e a intensidade da correnteza, o corpo ainda pode estar lá, sendo empurrado pelas ondas.
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2 – Corpo pode ter saído a “meia água”, ou seja, o corpo fica um pouco submerso devido a água que entra no pulmão e no estômago, e não é visto nas buscas.
3 – Corpo pode ter sido arrastado para praias próximas como Guarda do Embaú (cerca de 1,4 quilômetros), Pinheira de Cima (um quilômetro), Pinheira de Baixo (três quilômetros) ou duas ilhas a cerca de sete quilômetros do Buraco do Tambor.
Fonte: 10º Batalhão de Bombeiros Militar