Fôlego, resistência e amor pelo esporte são coisas que passam de pai para filho na família Damasceno. Motivados pela paixão em comum pelas corridas de rua, João Batista e Dionilse reúnem os filhos e saem para correr pelas ruas de Joinville sempre que podem. A prática se tornou uma espécie de hobby familiar. E para celebrar esta união pela saúde e pelo bem estar, todos estarão disputando na segunda-feira a mais tradicional prova de rua do Brasil: a São Silvestre.
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Tudo começou quando o professor João Batista soube, em uma visita de rotina ao médico, que estava com o colesterol elevado. Precisando praticar um esporte para evitar que o problema aumentasse, ele recorreu à modalidade que praticava na adolescência. Ao mesmo tempo, o filho mais velho, Bruno, também mostrou interesse pelas corridas e passou a acompanhar o pai nos treinamentos.
Cansada de só assistir ao marido e ao filho indo e vindo, a aposentada Dionilse chamou Matheus, o caçula da família, e os dois entraram para o time que hoje tem até uma camisa personalizada para treinar e competir.
– Começou com um problema de saúde e agora todos estamos mais unidos pelo esporte -, vibra João.
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A mãe também só tem motivos para comemorar:
– É muito bom tudo isso, pois estamos passando mais tempo juntos.
A família viaja neste domingo para São Paulo, onde irá retirar os kits para a corrida. Segunda-feira, a ordem é acordar bem cedinho para se preparar para a prova, que, ao contrário do tradicional, começará pela manhã.
A estratégia do grupo já está definida. Todos vão dar o seu melhor durante os 15 km do percurso e depois se reencontram no hotel. Pai e mãe, no entanto, vão correr lado a lado. João explica que como Dionilse não está acostumada a um trajeto tão longo, ficará ao lado da esposa para auxiliá-la. Para a mãe, o motivo é outro.
– Ele quer correr do meu lado porque se me deixar sozinha eu vou terminar na frente dele -, conta, entre os risos.
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Brasil não terá seu favorito na corrida
Principal fundista brasileiro, Marilson Gomes dos Santos não vai disputar a São Silvestre neste ano. Mas, já fazendo seus treinos para a próxima temporada, ele tem ajudado seus companheiros de equipe na preparação para a corrida que acontecerá em São Paulo. Marilson é atleta do Clube de Atletismo BM&FBOVESPA e tem trabalhado no CT da equipe, em São Caetano do Sul (SP), onde também estão se preparando aqueles que vão disputar a São Silvestre. E ele aproveita a convivência diária para passar sua experiência aos colegas durante os treinos.
– O Marilson sempre dá umas dicas para os meninos, de estratégia, de percurso -, contou Adauto Domingues, técnico da equipe, lembrando que o fundista já foi três vezes campeão da São Silvestre (2003, 2005 e 2010).
– Ele sabe do que está falando, já correu a prova várias vezes.
Além do sucesso na São Silvestre, Marilson tem no currículo dois títulos da Maratona de Nova York (2006 e 2008). Neste ano, ele concentrou sua preparação na Olimpíada de Londres, na qual conseguiu o quinto lugar na maratona. Agora, já treina pensando na próxima temporada.
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Sem Marilson, o Clube de Atletismo BM&FBOVESPA aposta em atletas menos conhecidos na São Silvestre. É o caso de David Benedito de Macedo.
– Ele está treinando bem e pode chegar entre os cinco primeiros -, aponta Adauto.