“Cura, renascimento, paz e lar”. É assim que Suelen Pinheiro, 32 anos, moradora de Joinville, classifica como será 2023. Ela é mãe do bebê Pedro, de um ano e 10 meses, que teve sucesso na cirurgia de transplante de medula, em abril deste ano.
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Pedro foi diagnosticado com leucemia aos três meses de idade e teria que fazer um transplante de medula óssea. A realização aconteceu após um morador da Alemanha fazer a doação para a família.
Apesar do momento de felicidade, Suelen lembra com angústia dos piores dias entre a descoberta da doença até a operação. Durante seis meses, Pedro fez quimioterapia em Joinville e era possível reunir a família apenas aos fins de semana.
Depois, no tratamento em um hospital de Curitiba, a família precisou se dividir. Alan Pinheiro, pai de Pedro, morava em Joinville com a outra filha do casal, Manuela, enquanto Suelen e Pedro ficavam na capital paranaense. Neste período, o contato era apenas virtual.
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— Chamadas de vídeo eram para eles chorarem e brincarem. A parte mais difícil do tratamento era a nossa divisão — conta a mãe.
— Foram momentos de angústia neste período, principalmente pela Manu ficar distante da mãe e do irmão. Felizmente, muitas pessoas nos ajudaram — relembra Alan.
Recomeço
Agora, já em casa, Pedro ainda tem algumas etapas para realizar até ficar totalmente recuperado. Uma delas é renovar todas as vacinas, já que o sistema imunológico está zerado após o transplante de medula.
O menino também precisa ir ao oncologista mensalmente e, a cada três meses, durante cinco anos, conferir como está a medula doada.
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Além disso, o bebê ainda tem reação na pele, que é comum após receber esse tipo de doação de medula. Suelen explica que é necessário sempre hidratar o corpo dele com cremes.
Entretanto, a situação mais delicada envolve os rins de Pedro. Ele sofreu uma disfunção renal no início da quimioterapia e precisou colocar cateter. O sentimento, porém, é de esperança.
— O rim dele é como se fosse de uma pessoa mais velha. Pra mudar, vai fazer um tratamento com medicação por 60 dias. Os médicos acreditam que ele vai reagir bem — destaca.
Conhecer o doador
Um dos desejos da família de Pedro é conhecer o alemão que fez a doação de medulas para o menino. Isso, porém, só pode acontecer após 18 meses do transplante e comprovado que o resultado deu certo.
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Se o cenário positivo se confirmar, é permitido que ambos os lados possam trocar telefone, e-mail e agendar um encontro.
Para Suelen, conhecer pessoalmente o morador da Alemanha será um momento importante.
— Tenho certeza que a vida dele já se transformou no momento em que ele se cadastrou e doou. Mas o completo é quando ele ver quem salvou — exalta.
Inspirar pessoas
Inspirar pessoas a doarem medula é uma das missões da família Pinheiro. Para Alan, o sentimento atual é de gratidão a todos que ajudaram na recuperação Pedro.
— Levar a mensagem e alerta que o Pedro nos trouxe com a doença até outras pessoas, para auxiliar e conscientizá-las sobre estender a mão ao próximo e ser um doador — reflete.
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Para ele, 2023 significa alegria, união e felicidade.
— Não tem outras palavras para definir o momento. Poder acordar e estar junto com nossos filhos e família. Infelizmente só aprendemos na dor — finaliza.
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