Ainda inconformados com a perda de Adinelson Barbosa Santos, 30 anos, morto após uma confusão em uma loja no bairro Barreiros, São José, no dia 20 de fevereiro, familiares e amigos buscam respostas. Segundo a Polícia, o homem morreu após ser linchado por populares quando fugia de uma loja que havia invadido momentos antes. Já o proprietário da loja, Alexandre Corrêa da Costa, nega as agressões, diz que Adilnelson pulou de um telhado na fuga, caiu dentro de uma casa e foi contido até a chegada da Polícia Militar.

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Dono de loja dá versão diferente sobre linchamento em São José

As divergências entre as versões da Polícia Militar e do proprietário da loja colocaram um ponto de interrogação na vida da família da vítima. A sogra de Adinelson, Rosana Souza, diz que a filha está muito abalada com o que aconteceu e contando com a apoio dos familiares para cuidar da filha recém-nascida do casal.

Rosana conta que o genro trabalhava com carteira assinada em um indústria de frangos e não teria motivos para roubar e fugir:

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— Não sei o que aconteceu, mas pelo que falaram ele não tentou fazer mal para ninguém, então não tinham o direito de fazer isso com ele. Vimos que ele estava machucado quando fomos reconhecer o corpo. Acredito que bateram muito nele e queremos justiça — lamentou.

Adinelson era da Bahia e veio para Florianópolis em outubro de 2014 em busca de uma vida melhor. Segundo o amigo Danilo Mota, somente no dia 25 de fevereiro a família conseguiu juntar o dinheiro para fazer o traslado do corpo para Salvador, que custou cerca de R$ 8 mil.

— Estamos todos angustiados aqui de longe sem saber o que aconteceu. Na declaração da morte dele fala que morreu por traumatismo craniano, mas ele tinha outros ferimentos — conta.

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Polícia Civil está investigando o caso

A delegada Gisele de Faria Jerônimo, da 2ª Delegacia de São José, afirma que o inquérito para apurar as circunstâncias da morte foi instaurado, mas ainda não recebeu o laudo cadavérico, que geralmente demora cerca de 20 dias.

— Estamos ouvindo as pessoas que estavam na loja, testemunhas e já foram pedidas as imagens das câmeras. Mas precisamos ver o laudo cadavérico para precisar a causa da morte — explicou.