A menina Nátally Kozan, 12, teve os primeiros contatos com o balé clássico quando tinha pouco mais de um aninho. Ela executou os primeiros plié, en dehor e passé – movimentos comuns executados por bailarinos – junto da professora e avó Jacqueline Cardoso de Lima, 49, que viu potencial no corpo esguio da neta, mas também interesse em crescer. A mãe cabeleireira e o pai borracheiro já aplaudiam de perto.

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Desde então, os saltos da pequena só ganharam amplitude. Nátally deixou a família no Campeche, em Florianópolis (SC), em agosto de 2014 para aprender o método Vaganova do balé em solo europeu. Junto de outras 10 meninas do mundo todo, ela ganhou em uma seletiva o direito de estudar no Conservatório de Viena, fundado em 1817 na Áustria, onde também frequenta o Ensino Regular entre uma aula e outra de dança.

Para poder viver lá os próximos oito anos e, então, ganhar os palcos do mundo todo, Nátally precisa de ajuda financeira para manter-se. As cifras mensais de acomodação, transporte, alimentação e plano de saúde, por exemplo, ultrapassam os 500 euros – equivalente a aproximadamente R$ 2 mil.

– Mãe, pai, avós, tios, primos e amigos: todos ajudam. Já vendemos dois carros para mantê-la nesses últimos meses. Temos o projeto pronto, mas não conseguimos bolsa nem com governo, nem com empresas. Não tínhamos mais o que fazer – desabafa a mãe, Natathya Kozan, 29.

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Menina sonha em se apresentar nos maiores palcos do Velho Continente. Foto: Arquivo Pessoal

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Aposta em roupas

Foi aí que a família de Nátally, natural de Curitiba (PR), resolveu criar uma marca de roupas de dança – leggings, vestidos, camisetas, regatas e collants – com o nome da menina para arrecadar dinheiro e custear a permanência da jovem bailarina. A mãe elaborou a arte, enquanto a avó ficou responsável pela criação e costura dos modelos. O ateliê, montado na principal rua do Campeche, no Sul da Ilha, foi cedido por um amigo e dá vida a peças com fotos ou ilustrações da menina dançando. Os preços variam entre R$ 49 e R$ 99.

– Aprendi até a costurar para dar prosseguimento ao sonho da Nátally. Faço de tudo porque acredito no potencial dela _ revela a avó coruja, que conheceu o Conservatório de Viena em um congresso em 2012 e correu atrás para que a neta pudesse fazer parte.

Mãe e avó da andam costurando para custear permanência da bailarina. Foto: Diorgenes Pandini/Agência RBS

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Bailarina adaptada

Exceto para férias, como fez na metade do ano, voltar ao Brasil não está nos planos de Nátally.

– O primeiro ano foi difícil. Senti na pele o que é passar Páscoa, finais de semana, aniversário, dia das mães e dos pais, sem ter ninguém por perto. Nunca senti tanta falta do meu irmão, com quem brigava toda hora porque ele pegava minhas coisas (risos). Mas estou aqui e não vou desistir. Sou determinada e quero mudar a vida da minha família ?- conta.

Os palcos do mundo aguardam a pequena bailarina.

Como ajudar?

– Comprando roupas da marca Náttaly Kozan;

– Entrando em contato diretamente com a família pelo telefone (48) 8450-9952.