Familiares do ex-secretário de Governo em Palhoça, Carlos Alberto Fernandes Júnior, o Caco, acusam policiais do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de abuso durante a prisão dele, na semana passada.
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A família divulgou um vídeo da ação dos policiais, no pátio da companhia Águas de Palhoça. A filmagem tem pouco mais de três minutos. Segundo a família, foi feita por uma testemunha da prisão que teve o celular pego por um integrante do Gaeco ao ser vista, mas o aparelho continuou filmando e gravando o áudio durante a detenção.
As cenas mostram a confusão envolvendo também o irmão de Caco, Eduardo Fernandes, que é advogado e também está no local. Eduardo foi preso por desacato e também é levado pelos policiais. Ele afirma que reagiu para afastar a suposta agressão sofrida pelo irmão Caco.
– Estava tentando impedir a agressão – diz Eduardo.
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A família e o advogado contratado, Cláudio Gastão da Rosa Filho, pretendem levar o caso à corregedoria das polícias. Eles estranham também o fato do promotor responsável pela investigação, Alexandre Graziotin, não ter acompanhado o momento da prisão.
Os familiares argumentam que Caco e o pai, o engenheiro Carlos Alberto Fernandes, que também foi preso, foram alvos de armação política.
Dizem ainda que, entre os integrantes do Gaeco há policiais militares que supostamente estariam ligados a Ivon de Souza, o candidato adversário de Camilo Martins na disputa à prefeitura de Palhoça que não foi empossado e é coronel da Polícia Militar.
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Caco, o pai, e o empresário Luiz Fernando Oliveira da Silva, o Dentinho estão com prisão preventiva decretada por flagrante de corrupção.
Conforme investigação do Ministério Público, participaram de um esquema de R$ 280 mil para a renovação de contrato sem licitação da empresa privada Raiz Soluções com a autarquia municipal Águas de Palhoça.
Contraponto:
Em nota da comunicação social do Ministério Público de Santa Catarina enviada por e-mail e recebida às 19h24min desta terça-feira, o Gaeco afirma que houve resistência do investigado em deixar o local e que este investiu contra um policial, por isso o uso da força. No texto, o Gaeco nega qualquer tipo de ação política na prisão em flagrante.
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Confira a íntegra da nota:
“Após a resistência do investigado em deixar o local e a indevida interferência de terceiro, que acabou por investir contra um policial, os agentes do GAECO tiveram que usar da força para cessar a injusta agressão e conduzir os presos para continuidade dos trabalhos, pois ainda seria cumprido o mandado de busca e apreensão na residência do detido. Não há qualquer tipo de vinculação política na ação do GAECO que efetuou uma prisão em flagrante por ato de corrupção”. Comunicação Social do Ministério Público de Santa Catarina.