O último contato que Carolina fez com a família antes do sequestro foi ao meio-dia, para confirmar que iria almoçar em casa, no Bairro Carvoeira, em Florianópolis. Como um pressentimento de mãe, a médica Maristela Vieira começou a estranhar a demora da filha no momento em que ela era rendida pelo criminoso.
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– Ela é supercertinha, e comecei a estranhar quando percebi que já eram 12h30min e ela ainda não havia chegado para almoçar. Fiquei superpreocupada, fui até o trabalho dela e ela não estava. Começamos a entrar em contato com os amigos – contou a mãe.
O sequestro foi confirmado quando a Polícia Civil monitorou as movimentações do cartão de crédito. O pai, o administrador Tulne Sebastião Velho Vieira, ficou em casa para garantir o contato caso o sequestrador fizesse algum telefonema. Nas mais de 11 horas de angústia, quase 50 amigos estiveram na casa da família para manifestar solidariedade ao sofrimento, reforçado a cada nova informação sobre o caminho percorrido sob a ameaça do criminoso.
– Foi muito angustiante, foi difícil manter a calma, mas a força dos amigos e também o trabalho da polícia, e a colaboração da imprensa fez com que tudo terminasse bem – relatou o pai, na Deic.
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O comportamento de Carolina, que conseguiu se manter calma, ouvir as histórias do sequestrador e não contrariá-lo em nenhum momento, não surpreendeu a mãe da vítima.
– Ela é muito esperta, isto me ajudou a manter o pensamento positivo. Mas sofremos muito porque ela estava com um criminoso e, então, cada segundo era imprevisível – disse a mãe.
O advogado Jefferson Luis Kravchychyn, membro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), acompanhou o amigo, pai da vítima, durante boa parte das horas que antecederam o desfecho feliz.
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– A dedicação, o esforço para conquistar os estudos, a batalha da família para ter uma vida tranquila pareciam estar prestes a se desfazer em segundos. Mas a força das pessoas que estavam presentes amenizou muito esses momentos difíceis – contou o advogado.