Com o coração apertado, Arlete Bridi, 50 anos, acordou o filho para sair de casa depois da 1h da madrugada de domingo, dia 24, para procurar a filha Simoni Bridi, 28. Fazia cerca de 40 minutos que Simone telefonara para a mãe, avisando que estava saindo do trabalho, no bairro da Cachoeira do Bom Jesus, no norte da Ilha, para voltar pra casa. Um trajeto que percorria, diariamente, de bicicleta elétrica em cerca de 15 minutos.

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Mais uma ciclista morre atropelada na SC-401, em Florianópolis

A jovem cozinheira do restaurante Antônio´s havia cumprido dupla jornada no sábado para conseguir uma renda extra no verão e garantir o sustento de seus dois filhos, a pequena Kauana, 2 anos, e Kauê, de 10. Ao finalizar o expediente, se despediu dos colegas com quem trabalhava havia seis anos com beijos, abraços e um até amanhã.

A ideia de comprar bicicletas elétricas surgiu de uma conversa que teve com uma irmã e a cunhada, que trabalham no mesmo restaurante, para não precisarem mais esperar horas pelo ônibus no fim do expediente. A cozinheira saía por volta da 1h do trabalho, e antes de ter a bicicleta, precisava esperar até as 2h para pegar o próximo coletivo. Na garupa, Simoni sempre levava a irmã Silvana Bridi, grávida de seis meses. A outra irmã ia com a cunhada. Não teve tempo para comprar o capacete.

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Como a filha não chegou no horário de costume e o celular só dava ocupado, Arlete subiu e chamou o filho e o genro. Os três saíram de carro e percorreram todo o trajeto de costume, pensando que a bicicleta poderia ter estragado novamente, mas não encontraram nada, até que resolveram parar na UPA Norte. Assim que o filho entrou, a família recebeu a notícia: Simoni havia sido atropelada na rodovia SC-401 e já estava sem vida:

– Quando eu entrei lá eu já senti e comecei a chorar. Eu não consigo acreditar que isso aconteceu com minha filha. Uma menina trabalhadora, esforçada, estava sempre alegre, tinha um jeito de menina. Fazia tudo pelos filhos. Quem fez isso tirou a vida de uma inocente e nem parou para ajudar – disse, em meio às lágrimas.

Arlete Bridi, mãe de Simone Bridi, morta quando voltava para casa de bicicleta na SC-401