Três portas e um espelho quebrados são sinais que restaram do sequestro na casa de Zonete e Jamir Sabadini, onde dez pessoas ficaram reféns no domingo de Páscoa.
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Na segunda-feira, a maioria dos integrantes da família nem foi trabalhar.
– Estamos tentando nos recuperar – disse Jamir.
A família ficou arrumando a casa e descansando após o desgaste de dez horas de angústia, vividos no domingo, até que Leandro Adílio Pimmel se entregou à polícia. Jamir disse que já contratou um marceneiro para arrumar as portas e vai mandar a conta para Pimmel, que foi preso em flagrante.
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O dono da casa também está tomando mais cuidado com o portão da residência, que estava aberto quando o sequestrador entrou na casa armado e rendeu a família.
Lodovina Sabadini, irmã de Jamir e mãe da ex-mulher de Pimmel, Kerlli Sabadini, contou como ficou 10 horas escondida num quarto. Ela foi a última a deixar a casa. Aos 71 anos, demonstrava ainda estar cansada.
Lodovina estava no banheiro quando o local foi invadido, e conseguiu se trancar num quarto, onde permaneceu quieta. Ela tirou a sandália e colocou um chinelo de lã para não fazer barulho. Por sorte tinha um sofá onde pode permanecer sentada. O quarto ficava próximo da suíte onde Pimmel mantinha os reféns. Ela ouvia tudo. Até quando sua filha conversava com o sequestrador por telefone.
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O coração dela disparou quando o ex-genro pediu para alguém abrir o quarto. Um sobrinho de Lodovina argumentou que não havia nada lá, pois o dormitório funcionava como um depósito. A ex-sogra de Pimmel não sabe se ele acreditou na história ou se temia que ali poderia haver algum policial.
Ela até pensou em se enrolar em alguns cobertores, mas desistiu por causa do calor. Da janela do quarto ela conseguiu até abanar para alguns familiares, mostrando que estava bem. De lá também acompanhou a rendição de Pimmel.
– Ele caminhou passinho por passinho até sair e ser algemado – lembrou.
Lodovina sabe que vai se recuperar. Mas espera não ter mais de passar por isso.
– Espero que ele nunca mais saia de lá – disse, sobre o ex-genro, que está preso.