As duas filhas de Amir Roberto El Dine, catarinense suspeito de ter financiado o transporte de envolvidos nos ataques às sedes dos três Poderes em Brasília, receberam R$ 3.900 cada de auxílio emergencial durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Uma delas é médica, enquanto a outra estuda Medicina. Ao Diário Catarinense, o investigado de Santa Catarina negou qualquer participação nos atos golpistas, o que disse que irá provar na Justiça (leia a íntegra do posicionamento abaixo).
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A informação sobre o auxílio foi identificada a partir de registros do Portal da Transparência. Os três familiares são sócios numa empresa de consulta médica com sede em Porto União, município no Planalto Norte a partir do qual as filhas obtiveram a ajuda do governo.
Jamile Polati El-Dine, já formada, e Giorgia Polati El Dine, ainda estudante, receberam oito parcelas cada do auxílio, entre maio e dezembro de 2020, sendo três delas de R$ 300 e outras cinco de R$ 600, de acordo com o Portal da Transparência.
Ambas buscaram a ajuda mesmo estando fora do Cadastro Único, uma base de dados do governo federal que identifica as pessoas e famílias em situação mais vulnerável no país.
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Nas redes sociais, os familiares têm fotos de passeios fora do Brasil. Além disso, algumas postagens contêm manifestações de apoio ao ex-presidente.
O nome de Amir Roberto aparece em uma lista da Advocacia-Geral da União (AGU) com 52 pessoas e sete empresas que, supostamente, financiaram os atos golpistas que ocorreram em Brasília no domingo (8). O documento foi enviado à Justiça Federal do Distrito Federal para que sejam bloqueados R$ 6,5 milhões em bens dos investigados, para reparar os danos causados aos três Poderes.
Ao Diário Catarinense, Amir Roberto afirmou que seu nome foi integrado à lista por algum equívoco. A reportagem questionou se há alguma hipótese para isso, mas ele não quis acrescentar considerações. O empresário disse que as filhas também não têm qualquer participação nos ataques em Brasília, pontuou considerá-los lamentáveis e reafirmou o compromisso da família com a democracia.
A reportagem também buscou contato com Jamile e Giorgia por dois telefones e um e-mail ligados ao registro da empresa da família e a partir do Facebook, mas não obteve resposta. Ainda foi feita tentativa com a primeira delas pelo WhatsApp.
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Leia íntegra do que diz o catarinense investigado
“Primeiramente gostaria de esclarecer que não participei dos eventos que ocorreram no último domingo na capital do Brasil. Posso afirmar que não financiei ou patrocinei nenhum transporte com destino ao Distrito Federal. Por um equívoco o meu nome foi relacionado como um dos patrocinadores dos transportes. Porém iremos demonstrar na respeitável ação judicial que, como mencionado, tudo se tratou de um equívoco. Assim afirmo que nem eu, nem minha família, patrocinamos ou pagamos pelo transporte de pessoas, ou de alguma forma participamos dos planejamentos dos lamentáveis fatos ocorridos na capital do Brasil. Reafirmamos o nosso compromisso com a democracia e com o nosso país.”
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