Margareth Olivette e Moacir Haising encheram o caminhão de mudança na última segunda-feira (11), e saíram de Jaraguá do Sul com o sonho de novas oportunidades em Araquari. Deixavam dívidas para trás esperando que na nova cidade pudessem encontrar trabalho para organizar a vida financeira e levar uma vida mais tranquila depois que Moacir perdeu o direito ao auxílio salário por doença.
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Não sentiam-se confortáveis com o novo endereço, às margens da BR-280, perto do quilômetro 27 e ao lado do rio Icaraí, mas não tinham outra opção. Com ambos desempregados, a casa foi alugada com recursos da igreja que eles frequentam.
O casal passava o primeiro fim de semana em Araquari quando a cidade registrou 312 milímetros de chuva em 72 horas, segundo o Epagri/Ciram. Este valor é o dobro do considerado normal para todo o mês de fevereiro, que é 174 mm.
— No primeiro dia aqui, eu pensei que não queria morar nessa casa por muito tempo. Mas comecei a limpar tudo para ficar melhor pata vivermos — conta Margareth, mostrando o forro onde parte do bolor já havia sido retirado.
Acumulado de sujeira e lama
Na manhã desta segunda-feira, Margareth tinha que encarar muito mais sujeira na nova casa. A lama se espalhava pelo chão e estava grudada aos móveis. Nos fundos da casa, a força da água havia derrubado o muro e o rio Icaraí transbordava pelo quintal.
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— Quando eu percebi que estava começando a encher, chamei o Moacir para tirar a máquina de lavar do quintal, pra não estragar. Depois disso, ele resolveu fazer um furo no muro, para a água vazar, mas não deu tempo: o muro caiu antes disso — recorda Margareth.
Os vizinhos tentaram ajudá-los levantando alguns móveis, mas, assim como todos os moradores daquela região, eles também tiveram a casa atingida pela água.
Margareth e Moacir deixaram a nova residência com água pela cintura, quando os Bombeiros já estavam na casa para avisar sobre o risco de permanecer no local. Eles foram acolhidos na casa de um morador para passar a noite. Na manhã de segunda, voltaram para perceber que pouca coisa do que foi trazido no caminhão de mudança há sete dias poderia ser mantido.
— Não sabemos ainda o que fazer agora. Eu sempre assistia isso na TV e pensava "que dó dessa gente". Agora aconteceu comigo — lamenta.
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