Na última década, a prática de jogo do bicho em Blumenau foi liderada por uma família, aponta a Polícia Civil. A operação “Quebrando a Banca” trouxe a informação à tona e movimentou não só a cidade sexta-feira (3), como municípios de outras regiões de Santa Catarina e Paraná. Foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão e o suspeito de liderar o grupo, que movimentou cerca de R$ 15 milhões em dois anos, foi preso em flagrante.
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A investigação começou há dois anos, já que são inúmeras as denúncias sobre o tema, conta o delegado Ronnie Esteves. Com as apurações, a equipe identificou 14 integrantes de uma organização criminosa responsável pelos jogos. Oito deles pertencem à mesma família. Os materiais são levados a dezenas de bares e outros estabelecimentos da cidade. Os donos desses locais ganham um percentual sobre as apostas vendidas, detalha Esteves.
— Recebemos denúncias diariamente, mas os responsáveis acabam escapando [porque identifica-se apenas a ponta, a venda nos bares] — disse o delegado.
No imóvel do líder da organização foram encontrados um cofre com R$ 32 mil, cheque, $ 2,5 mil e documentos, que serão analisados pela perícia. O carro dele também foi apreendido. O homem foi detido em flagrante pelos indícios de lavagem de dinheiro, organização criminosa e contravenção penal do jogo do bicho.
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Ronnie pediu a prisão de todos os participantes e o sequestro de bens deles, mas a Justiça autorizou somente os 21 mandados de busca e apreensão; 11 foram cumpridos em Blumenau. Os demais, em Gaspar, Balneário Camboriú, Itapema, Florianópolis, Santa Cecília e outras duas cidades do Paraná. O balanço da ação será divulgado ainda nesta sexta.
A investigação apontou ainda que para movimentar a alta quantia, o grupo fazia lavagem de dinheiro com a compra de carros, casas, apartamentos, lancha, chácara e moto aquática. Os beneficiados envolviam autoridades, como um vereador do Paraná e um policial militar da reserva em Santa Catarina, mas a identidade deles não foi divulgada. A investigação continua.
O jogo do bicho é considerado ilegal desde 1941, quando passou a vigorar a Lei das Contravenções Penais. A prática acaba resultando em outros crimes, como a lavagem de dinheiro e organização criminosa, a exemplo do que mostrou a operação desta sexta-feira.
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