Família chilena e brasileira comemora vitória verde e amarela em Itajaí

Duas torcidas dividindo uma só família. Resultado: emoção em dobro. Assim foi o jogo Brasil e Chile, válido pelas oitavas de final da Copa do Mundo, neste sábado, na casa dos Rejas, em Itajaí. Morando há mais de 30 anos no Brasil, a família decorou toda cada com motivos das duas seleções e cerca de 20 pessoas se reuniram no início da tarde deste sábado para acompanhar a partida, entre filhos, netos, bisnetos, noras, genros e amigos.

Quem acertou o resultado final foi o patriarca da família, Vicente Enrique Rejas, de 77 anos. Ele anunciou logo na chegada da reportagem: “vai dar empate e o Brasil vence nos pênaltis” – mesmo contrariando seu amor pela seleção chilena. Outros dois chilenos que vieram de Santiago passar alguns dias com a família e acompanhar a Copa estavam mais confiantes em uma vitória do Chile por um gol de diferença.

Logo depois do hino da seleção, Claudio Sepúlveda e Roberto Gonzalez também puxaram o grito da torcida “Chi chi chi le le le, viva Chile” e foram acompanhados pelos demais chilenos da casa.

– É complicado, o Brasil é um time grande, jogamos com respeito, mas não é impossível – diziam os dois antes do jogo.

Na torcida pelo Brasil

Realmente o jogo foi complicado. Não foi à toa que a filha de Vicente, Olga Rejas Vieira andou de um lado para o outro da casa durante os 90 minutos iniciais. Ela vibrou em cada um dos dois gols da partida no tempo normal e confessou que apesar de ser chilena, torcia pelo Brasil.

– Meu coração está dividido, em cada gol eu pulo, mas sou mais Brasil, porque me criei aqui – revelou.

Já a professora chilena Maria Inês Rejas Bitencourt estava vestida a caráter, com camisa do Brasil e um gorro verde e amarelo com lacinhos nas cores chilenas. Ela contou que desde quando morava no Chile já tinha uma paixão pelo Brasil e, inclusive, guarda na memória a Copa de 1974.

– Torço pelos dois times, mas chego a chorar se o Brasil perder, não quero nem pensar.

A prorrogação já foi tensa na casa dos Rejas, mas quando a partida foi para os pênaltis a emoção tomou conta da família. Era possível ver o nervosismo estampado no rosto de cada um, chileno ou brasileiro. No fim, quem comemorou foi a torcida verde e amarela com a vitória sofrida na última defesa do goleiro Júlio César. E os chilenos tiveram que dar o braço a torcer:

– Agora somos Brasil.