A família do auxiliar de pista Bruno Siqueira, de 20 anos, uma das três vítimas fatais do acidente aéreo da última quinta-feira, em Joinville, busca forças na fé para superar a perda do jovem. Esse é o sentimento que toma conta de familiares e amigos dele desde às 8h da manhã desta segunda-feira, no Salão do Reino das Testemunhas de Jeová, na comunidade de Gravata, em Penha.
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O local do velório era tido como a segunda morada de Bruno, que cresceu na comunidade com a crença de ser uma das testemunhas de Jeová. Era ali que o rapaz costumava orar quando não estava em casa ou no trabalho, na Avalon Táxi Aéreo – operadora do helicóptero suspeito de ter sido sequestrado para oferecer apoio à fuga de um detento do Sistema Prisional de Joinville.
Em uma cerimônia reservada a parentes e amigos, os presentes se deparavam com o caixão lacrado, mas com uma foto do jovem sorrindo e outras mais em um vídeo que relembra o jeito brincalhão com o qual ele gostava de ser visto. Uma homenagem que ajuda a amenizar a dor da perda do filho mais novo, para os pais de Bruno.
Ainda abalados com a situação eles pediram que um tio do jovem passasse a mensagem da família à comunidade, consternada com o desfecho do voo que interrompeu a trajetória de Bruno.
– Somos uma família de fé e o consolo que temos é este, com esse exemplo queremos ajudar outras famílias que passam por situações semelhantes. O sentimento maior deve vir de amanhã em diante, mas o que fica é lembrança de que ele era uma pessoa fantástica e de uma grande fé. Então, o que nos dá esperança é a mesma esperança que ele tinha, de ser feita a vontade do nosso Deus, isso nos consola – relata Andrio Idalio Kunde, tio de Bruno.
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Ainda conforme ele, a família não nutre nenhum sentimento de revolta. “Nossa esperança e todo tipo de justiça vem do nosso Deus, não temos revolta”, justifica. Além da família, o último adeus ao jovem contou com amigos de longa data, que o viram crescer na comunidade. Para eles, as lembranças boas também se sobressaem.
– O Bruno era um menino alegre, extrovertido, não tinha tristeza. Apelidava todo mundo, fazia caretas e era amigo da comunidade. Vai fazer muita falta – afirma Paulo Romero, amigo da família.
Bruno Siqueira é a primeira das três vítimas fatais da tragédia a ser velado. O corpo do rapaz foi liberado pelo Instituto Médico Legal (IML) de Joinville por volta das 18h de domingo. A despedida segue até às 16h, quando está marcada uma palestra e o cortejo até o Cemitério Municipal de Gravatá, onde será sepultado.
Das outras vítimas, o corpo do piloto da aeronave Antônio Aguiar, 57 anos, aguardava a chegada da família ao IML para ser velado. Dos dois passageiros do avião, um segue sem identificação no instituto, enquanto Daniel da Silva, de 18 anos, continua em estado de saúde grave no Hospital São José.
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