Estava tudo pronto para a chegada do pequeno Gustavo, o menininho que ainda estava na barriga da mãe, a jovem Jéssica Lopes, de 21 anos. A chegada do primeiro filho de Jéssica estava prevista para o dia 20 de junho.
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Mas ela não apresentou dilatação e nem contrações. No dia 21, com dores e sangramento, ela foi para a Maternidade Darcy Vargas. Voltou na sexta com os mesmos sintomas. No sábado, ela teve a triste notícia: seu bebê estava morto.
Jéssica saiu do hospital nesta segunda-feira. Ela mora com a mãe, Simone Gracia, e mais dois irmãos, na localidade Jardim Edilene. Jéssica trabalhava em uma loja, mas largou o emprego assim que soube da gravidez. No início da gestação, ela teve um descolamento na placenta. Após o tratamento, a gravidez foi tranquila.
Os problemas começaram a partir do oitavo mês, quando a jovem caiu dentro de um ônibus.
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– Ela chegou assustada em casa. Fomos à maternidade, fizeram exames e estava tudo bem -, contou Simone.
Desde então, Jéssica passou a ter dores nas costas.
Na última quinta-feira, um dia após a data prevista para o nascimento, quando completaram-se as 40 semanas de gestação, a situação piorou. Jéssica teve sangramento e perda de líquido.
– Fomos ao hospital e a médica disse que ela só tinha dois dedos de dilatação (para o parto normal é necessário ter dez). Disse que para fazer uma cesárea, tínhamos que esperar até 41 semanas -, relatou Simone.
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No mesmo dia, foi feito um exame obstétrico.
– Mas foi depois desse exame que o sangramento aumentou -, afirmou Simone.
Na sexta, dia 22, os sintomas aumentaram. Nos exames, a família escutou pela última vez os batimentos do coração do bebê.
– Ela só tinha dois dedos e meio de dilatação. Eu cheguei a implorar para a médica para internar a minha filha, para ela ter mais cuidados, mas falaram que não era necessário.
Mesmo com fortes dores, Jéssica voltou para a casa.
No sábado, Jéssica não conseguia andar por causa da dor e o sangramento aumentou. Durante a noite, ela, Simone e parentes foram novamente para a Darcy Vargas.
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– Nos encaminharam para uma sala onde o enfermeiro tentou escutar o coração do bebê. Ele não achava. Em outro quarto, vieram outros três enfermeiros com um aparelho para escutar o coração. Eles chegaram a trocar o aparelho e mesmo assim, não ouviram nada -, lamentou a avó.
Na sala de ultrassom, uma médica deu a má notícia. Gustavo não tinha mais vida.
– Não sei explicar o que sentimos. Foi a pior coisa que nos aconteceu.
O parto foi normal, às 5h10 de domingo, 24 de junho. De acordo com o atestado de óbito entregue à família, as causas da morte foram hipóxia intrauterina, insuficiência placentária e infarto placentário. O enterro do bebê foi na segunda, no Cemitério do Cubatão. No mesmo dia Jéssica recebeu alta, às 13h30, segundo a direção da maternidade.
Por enquanto não há uma resposta oficial da maternidade. O hospital é administrado pelo governo do Estado. O diretor da instituição, Fernando Marques Pereira, está de férias e volta no dia 4 de julho. O secretário de Estado de Saúde, Dalmo Claro Vieira, foi procurado, mas disse que não tinha conhecimento do caso.
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A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Saúde informou que a maternidade espera o laudo oficial da morte para confirmar quais serão os procedimentos adotados.