Sentado no sofá da sala de casa, no Bairro Tribess, em Blumenau, ele rapidamente olha para as mãos. As pontas dos dedos estão muito calejadas. Resultado de vários anos tocando cavaquinho e violão. Ele levanta a cabeça e, com ternura, olha ao seu redor. Percebe que as pessoas que ele mais ama estavam ali, sentadas à sua frente, sorrindo e falando todas ao mesmo tempo. De repente, seus olhos ficam marejados e ele dá um sorriso de satisfação. Sentia que era um homem de sorte.
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O nome dele é Gilmar José de Oliveira, 50 anos, marido de Giani, 46 anos, e pai de Bárbara, 24 anos, Tábata, 22 anos, e Bruna, 19 anos. Eles formam a Família Oliveira, que vem roubando a cena blumenauense do samba. Quando chegam em alguma roda de samba, quem está presente sai cantando:
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– Já chegou quem faltava: a Família Oliveira está na área.
Faz parte do grupo, ainda, os amigos Bruno Leonardo Hellmann (violão e percussão), Marco Duarte (banjo) e Natanael do Nascimento Junior (violão e cavaco). O repertório da família de sambistas é rico em canções, composições e intérpretes consagrados da música popular brasileira. Entre eles, estão Cartola, Candeia, Nelson do Cavaquinho, Clementina de Jesus e Paulinho da Viola. Eles tocam em bares, festas de amigos e em qualquer lugar onde são convidados.
Oliveira diz que o samba é herança do seu pai, Juca de Oliveira, famoso na região do Bairro Garcia, em Blumenau, por frequentar serestas. O movimento era muito forte na década de 70 na região.
– Nas rodas de serestas que eu ia quando criança, o que me chamava a atenção era o batuque, a cadência. E quando o pessoal começava a puxar o samba do Paulinho da Viola ou do Cartola, eu já ficava ligado. Aquilo ali despertava cada vez mais o amor do samba em mim.
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O marido de Giani lembra que seu pai, Juca, vez ou outra, ficava sentado em algum canto da casa tocando o violão sozinho. Havia uma cumplicidade muito grande entre ele e a música, o que acabou servindo de referência para Oliveira durante toda a vida:
– Sempre escutávamos música em casa. O samba foi uma coisa natural, uma paixão que cresceu naturalmente.
A alma do gênero
Giani e Oliveira se conheceram através de amigos que tinham em comum na adolescência. No aniversário de 15 anos dela, ele estava presente. Na época, Oliveira participava do Festival Estudantil da Canção, do Colégio Pedro II. Ela lembra que, para chamar a atenção dele na festa, disse que sabia tocar violão. Pegou o instrumento, virou e começou a batucar e a cantar a canção eternizada por Gonzaguinha: “E a vida! E a vida o que é? Diga lá, meu irmão…” Os dois caíram na gargalhada e depois, sorriram.
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O tempo passou, e quando Giani estava com 18 anos, começaram a namorar. Hoje, depois de 26 anos casados e das filhas criadas, eles continuam sorrindo um para o outro. Giani comenta que, na época, pensou que para ficar ao lado do grande amor da sua vida, precisava acompanhá-lo na música. E foi o que fez.
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