O dia 1º de julho está ensolarado em Florianópolis, do jeito que Lylyan gostava, conforme contou sua mãe. Um ano depois de sua morte, quando um ônibus esbarrou em sua bicicleta perto da UFSC, os pais, amigos e ciclistas se reuniram para prestar homenagens e dizer que ainda não esqueceram.

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Lylyan Karlinski Gomes estava em Florianópolis havia quatro meses para cursar Oceanografia na Universidade Federal de Santa Catarina. Aos 20 anos, vivia um momento de felicidade por se sentir realizada com a escolha da futura profissão. Ela aproveitava o dia de sol, assim como o desta terça, para ir para a aula de bike quando tudo aconteceu. Um ano depois, o local continua com trânsito complicado.

Pais de Lylyan vieram de Porto Alegre para participar das homenagens

Foto: Jessé Giotti, Agência RBS

– Faz um ano e parece que não foi feito nada. Os pedestres e ciclistas continuam a não ter segurança, a situação continua a mesma. Vimos o Daniel dando as voltas ao redor da rótula ser xingado pelos motoristas que passavam – disse o pai, Fernando Gomes, que é fotojornalista e veio de Porto Alegre com a esposa, Maria de Lourdes Karlinski, para participar do ato.

As voltas de que fala Fernando foram feitas em uma bicicleta por Daniel de Araújo Costa, representante da Via Ciclo e um dos organizadores junto com os colegas de curso de Lylyan e do movimento UFSC de Bike.

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Cem voltas ao redor da rótula da Praça Santos Dumont abriram o ato

Foto: Jessé Giotti, Agência RBS

As cem voltas para Lylyan abriram as homenagens, que começaram por volta das 9h. Cerca de 50 pessoas se reuniram na rótula da Praça Santos Dumont, no acesso principal da UFSC, para a recolocação da bicicleta branca de Lylyan. O símbolo, que serve como um memorial permanente à memória da ciclista, havia sido retirado depois que o poste em que estava fixado foi substituído. Uma das vias chegou a ser interrompida no local do acidente por cerca de cinco minutos, mas logo foi liberado para que não houvesse confusão.

– As pessoas tem que entender que isso não é um acidente. É preciso mudar essa mentalidade. Faz um ano que a Lylyan morreu e não tem uma placa de sinalização. Não há redução de velocidade ou ação do poder público. A cidade está pedindo socorro – comenta Daniel.

Bicicleta branca foi penturada novamente na manhã desta terça-feira

Foto: Jessé Giotti, Agência RBS

Junto da bicicleta, os amigos plantaram flores e depois todos fizeram uma grande roda e um minuto de silêncio em sua memória.

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A família organiza uma missa em homenagem a Lylyan para o próximo domingo, dia 6/7, na Paróquia Menino Deus, em Porto Alegre. Os pais avaliam entrar com uma ação na Justiça pedindo aprofundamento nas investigações.