Os casos de apologia ao nazismo em Santa Catarina dificilmente foram comprovados e os responsáveis acabaram não sendo sequer levados a um tribunal. A informação é da Polícia Federal, que chegou a abrir vários inquéritos nos últimos anos, mas que acabaram arquivados por falta de provas, informou o delegado Ildo Rosa, da Comunicação Social da Superintendência, na Capital, ao se referir a pelo menos seis relatórios feitos desde 2010.
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As denúncias que geraram investigações estão ligadas principalmente à internet. O problema, conforme o delegado, é que normalmente esses sites ficam hospedados em países distantes e cujo acesso aos dados é dificultado. Outro obstáculo é caracterizar que houve crime.
A demora da obtenção das provas facilita que as páginas mudem de endereço ou sejam deletadas. A investigação se torna mais pontual e pode ter sucesso em casos de divulgação física, quando há mais chances de se descobrir a autoria e materializar a situação.
ENTREVISTA: Rodrigo Marchetti, delegado-regional de Blumenau
Surpreso com a repercussão nas redes sociais da suástica na piscina de uma casa em Pomerode, o delegado Rodrigo Marchetti conversou com o repórter Diogo Vargas por telefone ontem:
Qual a sua leitura sobre a suástica na piscina da casa? O senhor tem a mesma opinião do delegado de Pomerode de que não há crime nisso?
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A minha opinião não é diferente a dele. O dono da casa é um historiador, colecionador, já foi investigado em outras oportunidades, inclusive pela Polícia Federal.
O senhor não vê apologia ao nazismo?
Não. Está dentro da casa, não é um outdoor, por exemplo, ou algo para difundir. Está dentro da piscina e só foi vista pelo helicóptero.
Há possibilidade de avocar (tomar para si) o inquérito?
Pelo estatuto da Polícia Civil cabe (se for o caso de entendimento diferente) ao delegado-geral da Polícia Civil* avocar o inquérito e abrir a investigação. O pedido de abertura de inquérito também pode ser feito pelo Ministério Público, mas pelo que sei até agora não houve manifestação nesse sentido.
* O Santa tentou contato pelo celular com o delegado-geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro D?Ávila, mas o telefone estava desligado.
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