A rotina de segunda a sábado para o barbeiro Carlos Machado, 25 anos, é a mesma há sete meses: depois de percorrer dois quilômetros de bike até chegar ao trabalho na Rua XV de Novembro ele procura uma placa para guardar a magrela. Nem sempre a da Área Azul está disponível. Se já tem outras bicicletas, Carlos deixa a dele presa em uma grade que protege um relógio medidor de água. O bicicletário mais próximo fica na Praça Victor Konder, a 450 metros de onde Carlos trabalha:

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– Faltam locais para estacionar a bicicleta assim como falta estrutura na malha cicloviária. Deveria haver bicicletários em todos os pontos de grande movimentação de pessoas, como aqui na Rua XV.

Veja o mapa dos bicicletários de Blumenau

Do outro lado da cidade, na Velha Central, o aposentado Ivo Ângelo, 64, sente a mesma necessidade ao chegar no Ambulatório Geral e apoiar a bicicleta no corrimão. Critica que faltam opções em estabelecimentos comerciais como lojas de departamento, mercados e padarias para deixá-la em segurança:

– Faço tudo que preciso de bike mas sinto que aqui na Velha faltam opções seguras para guardá-la. É bem precário. Até nas lojas, padarias e mercados falta bicicletário.

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Entre 14 movimentadas ruas percorridas pela reportagem do Santa, apenas a Dr. Pedro Zimmermann, na Itoupava Central, apresentou inúmeros estabelecimentos comerciais com paraciclos ou bicicletários ao longo dos primeiros oito quilômetros da via. Locais públicos também deixam a desejar: fórum, Vila Germânica e rodoviária não têm lugar para as bikes.

Confira as reportagens do projeto Todos pela Bike

Para o presidente da Associação Blumenauense Pró-Ciclovias (ABC Ciclovias), João Noll, os comerciantes ainda não veem a bicicleta como um meio de transporte e muitos dos bicicletários espalhados pela cidade não são apropriados.

– Tenho percebido que os paraciclos também são pouco usados porque os que existem em Blumenau não são adequados. Elas ficam geralmente no chão e as bicicletas ficam próximas umas às outras. O melhor seria implantar em diversos pontos da cidade aqueles em formato de U invertido para prender o quadro da bike e não a roda, e que fiquem preferencialmente em vagas de automóveis e não em calçadas.

Noll comenta que assim como pedestres e motoristas pensam no melhor trajeto ao sair de casa, o ciclista acaba escolhendo os estabelecimentos comerciais que vai se houver um estacionamento apropriado e estrutura cicloviária. Este é um dos critérios que a aposentada da Itoupava Central Delci Schelter, 66, considera ao escolher aonde vai:

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– Algum lugar a gente sempre arranja para prender a bike, mas acabo decorando os lugares que têm e sempre frequento os mesmos.

O que são

– Paraciclo: É o suporte individual para fixação da bicicleta. Pode ter vários formatos e ser instalado dentro de estabelecimentos ou em vias públicas.

– Bicicletário: É o conjunto de paraciclos e/ou área determinada para deixar as bicicletas, como ocorre em supermercados e empresas.

Fonte: Cartilha do Ciclista (Ministério das Cidades).

Todos pela Bike

Todos pela Bike é uma campanha do Grupo RBS para fortalecer o respeito ao ciclista. Acesse santa.com.br/todospelabike e confira os conteúdos produzidos pelo Jornal de Santa Catarina. Use a hashtag #todospelabike

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