Responsável pela Divisão de Investigações Criminais (DIC) de Balneário Camboriú, o delegado Rodolfo Farah afirma que falta sintonia entre os órgãos de segurança pública da cidade (Polícias, Ministério Público e Judiciário). A crítica é uma resposta a recente entrevista concedida pelo promotor Isaac Sabbá Guimarães à colunista Dagmara Spautz, destacando falhas nas investigações e a impunidade em função do baixo efetivo. O promotor também determinou aumento do número de policiais civis e militares em Balneário em até 90 dias.
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– Grande parte dos problemas da segurança pública é por falta de efetivo, mas grande parte poderia ser solucionada se houvesse melhor sintonia entre os órgãos responsáveis – afirma.
Justiça determina nomeação de mais policiais para Balneário Camboriú
Para Farah, a questão é complexa e não passa apenas pela falta de efetivo nas ruas e delegacias. Segundo ele, mais policiais ajudam a agilizar o trabalho da Polícia Civil, porém isso não significa mais qualidade na investigação.
– Se houver mais efetivo nas polícias, o Ministério Público e o Judiciário conseguirão absorver a demanda? Há um atraso na comunicação que faz com que muitas ações urgentes para nós demorem a ter resposta da Justiça. Uma semana de atraso pode me fazer perder uma investigação. Além disso, assim como existem inquéritos inconclusivos, também existem inquéritos muito bons e que demoram a andar – argumenta.
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Troca informações
De acordo com ele, a situação atual da segurança pública obriga as instituições a divulgar resultados e até mesmo “maquiar estatísticas”. O delegado reclama que mostrar só uma parte do problema acaba deixando o outro lado descoberto.
– Eu refuto as estatísticas da PM porque elas não apresentam a realidade. O que afeta mais a sociedade não é o tráfico de drogas. Não entendo como tem efetivo para fazer campana de traficantes, mas não se consegue saber onde uma quadrilha de assaltantes vai atacar. Nesse caso o ator principal é a PM, que tem que prevenir os crimes. O cidadão que foi roubado não está se importando se vamos prender os responsáveis, ele não quer é ser roubado – pontua.
Farah diz ainda que deveria existir uma troca maior de informações entre as polícias Civil e Militar. Segundo ele, os dois órgãos poderiam planejar ações e evitar um prejuízo no resultado final.
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– As duas polícias são pífias, mais por falta de comunicação do que de efetivo.