Acordar cedo, cuidar dos filhos, ir para o trabalho, cuidar de casa e malhar fazem parte da vida da mulher atual. As mulheres, por sua vez, exigem cada vez mais de seu corpo que, caso não tenha um bom preparo físico, sofre com diversos tipos de lesões. As mais comuns são os problemas nas articulações dos membros inferiores (joelhos, tornozelos e quadril), uma vez que são mais cobrados em academias e tem a função de sustentar o peso do corpo.
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– Sobrecargas em academias geram problemas nas articulações. O excesso de atividades físicas pode provocar lesão articular por trauma ou devido a estar com a musculatura fadigada que não consegue sustentar a articulação – explica o especialista em cirurgia do joelho e artroscopia Victor Marques de Oliveira.
Há ainda lesões por estresse repetitivo, que podem ser causadas em aparelhos de academia ou mesmo durante corridas prolongadas. Segundo Victor, é ideal que durante corridas, por exemplo, a pessoa se preocupe com um calçado adequado, que absorva bem os impactos e que não esteja muito desgastado, e leve em consideração o tipo de piso que estará correndo. Quem não tem costume de correr, é indicado que comece nas esteiras das academias, pois elas possuem amortecimento. As ruas, além de ter um calçamento muito duro, são cheias de buracos, o que representa risco de lesões.
Para quem vai começar a se exercitar agora é importante ter uma avaliação médica e, se possível, um personal trainer. Com isso, lesões no sistema osteoarticular serão evitadas, assim como problemas cardíacos, que podem ser detectados nos exames antes dos exercícios. É indicado também procurar um esporte adequado ao seu biótipo e começar sempre aos poucos. Respeite os limites impostos pelo corpo: a fadiga muscular é um dos indícios de que a pessoa já está no seu limite. A maioria das lesões esportivas não requerem cirurgia, em todo caso o tempo e o modo de tratamento variam de acordo com cada paciente.
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Mulheres que não praticam esportes também enfrentam problemas. O sedentarismo gera acúmulo de gordura e perda de massa muscular. Isso causa dores nas costas, posições viciosas e posturas erradas. Pessoas mais pesadas e com menos massa muscular ficam com as articulações desestabilizadas, que sofrem com a sobrecarga resultando em dores nos joelhos, tornozelos e quadris.
– Após os 40 anos é fundamental que a mulher faça condicionamento físico para preservar a musculatura, principalmente após a menopausa – recomenda.
Outro vilão do cotidiano feminino são os saltos altos. Eles fazem a mulher andar numa posição que não é a fisiológica. O salto altera a forma da marcha, sobrecarrega os joelhos, a coluna, tornozelos e quadris. É recomendado à mulher que trabalha de salto que vá de tênis para o serviço e leve consigo os sapatos altos na bolsa e só os calce no trabalho. Fazer o percurso casa-trabalho-casa com um calçado baixo ajuda no bem-estar geral do corpo. Salto alto também traz maior risco para entorses de tornozelo.
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Não se deve esquecer de fazer aquecimento e alongamento antes e depois dos exercícios. Antes para não se lesionar e depois para diminuírem as dores geradas pelos exercícios.
– É muito comum, pelo uso do salto alto ou da falta de alongamento, dores na parte anterior do joelho. Cinco em cada 10 pacientes entre os 15 e os 30 anos que atendo no hospital chegam com esse diagnóstico. O tratamento é conservador: fisioterapia e reequilíbrio muscular. Esse problema é causado por exercícios feitos de forma errada. Corridas em aclives e declives e exercícios em degraus são grandes causas da doença – conclui.